Morre Regina Gordilho, ex-deputada federal, aos 91 anos | Reprodução
Morreu, nesta sexta-feira (7), aos 91 anos, Regina Gordilho, ex-vereadora da cidade do Rio de Janeiro, bem como ex-deputada federal pelo estado fluminense. Não há, contudo, informações sobre a causa de sua morte.
Até o ano de 1987, a atividade política se tratava de algo dissonante da vida da então empresária e dona de uma confecção de roupas. Entretanto, uma tragédia mudou sua vida. Seu filho, Marcellus Ribas Gordilho, 24 anos, foi espancado e morto após ser preso por cinco policiais militares na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Vários moradores presenciaram a ação de violência, que teve confirmação por laudo do Instituto Médico-Legal.
Posteriormente, teve início a mobilização de Regina Gordilho, clamando punição para os assassinos de seu filho. Então, ela ingressa nos quadros do Partido Democrático Trabalhista (PDT), disputa e vence as eleições legislativas de 1988 para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Logo em seguida, no ato de sua posse, em 1989, seus pares fizeram dela a primeira mulher presidente do parlamento carioca.
Inicialmente, os policiais envolvidos na morte de Marcellus Ribas Gordilho, tiveram condenação branda: 18 meses de prisão por excesso culposo. Porém, recorreram da decisão e conseguiram uma inacreditável absolvição, em 1989, fato que revoltou ainda mais Regina, que passou a expor, de forma contundente, a violência policial no Rio de Janeiro.
No ano seguinte, em 1990, Regina Gordilho disputou e venceu as eleições para deputada federal, ainda pelo PDT, cargo que exerceu até o primeiro dia de 1995. Todavia, Regina trocou de legenda, em 1992, após desentendimentos com Leonel Brizola, e concorreu, sem sucesso à prefeitura do Rio pelo PRP. Neste mesmo ano, votou a favor do impeachment do então presidente Fernando Collor.
Depois, resolveu ingressar no Prona, que estava em ascensão sob a liderança de Enéas Carneiro. O partido, no entanto, não alcançou o quociente eleitoral e Regina não se reelegeu.
Pós-mandatos
Ela ainda disputou outras eleições, pelo PSDB e pelo PTC, mas sem êxito eleitoral. A última, em 2010, para o cargo de deputada estadual, quando obteve 515 votos.
Além de sua carreira na política, Regina Gordilho fundou a Associação dos Parentes e Amigos das Vítimas da Violência.
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro emitiu nota sobre a morte de sua ex-presidente:
“A Câmara Municipal do Rio de Janeiro lamenta a morte da ex-vereadora Regina Gordilho e se solidariza com família e amigos. A parlamentar participou da 3ª legislatura do Legislativo carioca, e marcou o parlamento ao se tornar a primeira mulher a presidir a Mesa Diretora desta Casa, no biênio de 1989/1990. Um ano depois, ela passou a atuar como deputada federal.
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