A famosa tradição das festas juninas, repleta de danças, quitutes típicos e fogueiras, acabou em tragédia para Valéria Cristina Nazário Pereira, de 48 anos. A babá, que caiu em uma fogueira durante uma festa junina em 24 de junho, faleceu nesta quarta-feira (2), no Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no bairro do Colubandê.
Valéria adorava a atmosfera festiva, mas um descuido colocou sua vida em risco. As chamas consumiram suas pernas e quadril, causando queimaduras graves. Após 39 dias internada no CTI, ela não resistiu aos ferimentos.
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O acidente ocorreu quando a babá participava da festividade no bairro de Marambaia. Desmaiada, ela só recorda de acordar no hospital, com a perna enfaixada e recebendo tratamentos médicos. “Deus me salvou”, relatou Valéria, agradecendo pela vida.
Apesar da vontade de viver, nas últimas duas semanas os sinais de piora na saúde de Valéria eram inevitáveis. Ela necessitou ser entubada e receber transfusões de sangue, mas infelizmente não foi o suficiente. Sua perda deixou amigos e profissionais de saúde do CTI 4 do Heat profundamente entristecidos.
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Valéria era conhecida por sua personalidade doce, carinhosa e sempre sorridente, além de um imenso desejo de viver. “Todos que passaram perto do isolamento se encantaram com ela. Estamos tristes e desejamos que descanse em paz, deixando que Deus console nossos corações e os de seus familiares”, lamentou Lilian Tavares, coordenadora do CTI 4.
O sepultamento da babá ocorrerá nesta quinta-feira (3), às 14h, no Cemitério São João Batista, em Itaboraí.
Casos de queimadura
Não é apenas Valéria quem sofre com queimaduras. O Hospital Estadual Alberto Torres atendeu, somente nos cinco primeiros meses deste ano, 174 vítimas desse tipo de lesão. Esse número é 56% maior em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a unidade registrou 113 pacientes.
Líquidos quentes são a principal causa dos casos mais leves, enquanto inflamáveis e choques elétricos são responsáveis pelas ocorrências mais graves. É importante destacar que os meses de junho, julho e agosto são particularmente perigosos devido às festas típicas, onde fogueiras, balões, fogos de artifício e a manipulação dos caldos podem representar um grande risco, não apenas para as crianças, mas também para os adultos.
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O coordenador do Centro de Trauma do Heat, Marcelo Pessoa, alerta para a proibição pelas autoridades da soltura de balões, uma prática que pode causar sérios danos. Os fogos de artifício também devem ser manuseados com cuidado, pois podem resultar em queimaduras graves, amputações e até mesmo cegueira.