Foto: Reprodução – TV Senado
O senador Sérgio Moro, do partido União Brasil-PR, reagiu à condenação do hacker da “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, em uma declaração contundente nas redes sociais. Delgatti foi sentenciado a 20 anos e 1 mês de reclusão, além de 736 dias-multa, por invadir mensagens telefônicas de autoridades como Moro e procuradores da antiga força-tarefa da Operação Lava Jato.
Em sua postagem no antigo Twitter, o senador chamou Delgatti de “estelionatário e mentiroso contumaz”, utilizando uma expressão que o próprio hacker usou durante seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas.
3000 vítimas de ataques hacker. Estelionatário e mentiroso contumaz. https://t.co/Ii5VfetUXz
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 21, 2023
Durante o embate com Moro, Delgatti acusou o senador de ser um “criminoso contumaz” e afirmou que ele só não estava preso por causa do foro privilegiado. O hacker ainda mencionou as mensagens vazadas sobre a Operação Lava Jato, afirmando que Moro cometeu diversas irregularidades e crimes.
Porém, Moro rebateu as acusações de Delgatti, lembrando que ele era o bandido preso e questionando se o hacker considerava o presidente Lula inocente da mesma forma.
A condenação de Delgatti foi realizada pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília. O hacker foi considerado culpado pelos crimes de invasão de dispositivo informático, interceptação de comunicações telefônicas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Além de Delgatti, outros cinco investigados da Operação Spoofing também foram condenados. No entanto, Luiz Henrique Molição, que fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, recebeu perdão judicial.
Operação Spoofing
A Operação Spoofing da Polícia Federal investigou as invasões de celulares de várias autoridades brasileiras em 2019. Delgatti Neto admitiu as ações ilegais e confessou ter repassado o conteúdo das mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil. As conversas revelaram supostas irregularidades cometidas por Moro, como orientação em investigações da Lava Jato.
Embora os membros da Lava Jato nunca tenham reconhecido a autenticidade das mensagens, elas serviram como base para a anulação de decisões tomadas por Moro contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Os arquivos também foram usados pela defesa do ex-presidente Lula, levando ao reconhecimento da suspeição de Moro no julgamento do petista pelo STF em 2021.
