Estado do Rio de Janeiro

Morador de Queimados denuncia espuma nas ruas dias antes da paralisação na ETA do Guandu

Morador de Queimados denuncia espuma nas ruas dias antes da paralisação na ETA do Guandu

Foto: Reprodução – Redes Sociais

Uma denúncia anônima levou o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) a investigar a empresa Burn Indústria e Comércio Ltda, suspeita de despejar substâncias químicas no Rio Guandu. O caso veio à tona dias antes da paralisação na captação de água na Estação de Tratamento do Guandu, que abastece a região metropolitana do Rio.

A denúncia indicava a presença de espuma branca em galerias de esgoto e ruas do município de Queimados, localizado na Baixada Fluminense. A foto enviada junto com a denúncia mostrava a espuma espalhada pela cidade, atribuindo a responsabilidade à empresa Burn. Diante da gravidade da situação, o MPRJ instaurou um inquérito civil contra a empresa.

Inicialmente, o inquérito visava investigar o possível lançamento irregular de água de lavagem de silos de estocagem diretamente no esgoto. Porém, após uma vistoria do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), não foi constatado o despejo irregular. Novas investigações revelaram, no entanto, uma concentração de surfactantes – compostos presentes em detergentes – acima do permitido pela legislação na galeria de águas pluviais da Burn Indústria e Comércio.

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De acordo com o Inea, o limite permitido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é de 0,5 mg por litro, o equivalente a menos de uma gota numa caixa d’água. Contudo, quando a captação do Guandu foi fechada, a concentração chegou a 1,0 mg por litro. A Gerência de Informações Hidrometeorológicas e de Qualidade das Águas constatou a presença de uma substância presente na formulação de detergentes na galeria de águas pluviais da empresa. A amostra coletada apresentava uma concentração de surfactantes de 4,21 mg por litro.

Diante da gravidade do caso, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) solicitou a interdição das atividades produtivas da Burn Indústria e Comércio Ltda, alegando a prática de crime de poluição hídrica. O secretário de Polícia Civil, Ricardo Albuquerque, destacou a importância de coletar provas para responsabilizar os autores do crime.

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A empresa Burn nega qualquer envolvimento com a contaminação do Rio Guandu, afirmando que opera dentro dos padrões de controle ambiental e possui todas as licenças necessárias. A investigação continua, enquanto a população da região metropolitana do Rio de Janeiro espera por uma solução para o problema da água potável.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, preocupado com a situação, oficiou os órgãos responsáveis pela preservação e monitoramento do manancial, requisitando explicações sobre o ocorrido e as medidas para resolver o problema e evitar recorrências.

Agora cabe esperar que as autoridades tomem as providências necessárias para garantir a qualidade da água consumida pela população e punir os responsáveis por essa grave contaminação.

 

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