CinemaEntretenimento, Artes e Cultura

Minissérie da Netflix inova com cuidados mentais para atores mirins

Bastidores da série “Os Quatro da Candelária”. Foto: Divulgação.

É comum em diversas épocas artistas mirins conquistarem o público em produções marcantes. Afinal, nomes como Vinícius de Oliveira, Maísa, Larissa Manoela, Darlan Cunha e Douglas Silva, por exemplo, tornaram-se famosos na infância. E é com o propósito de cuidar do bem-estar mental de atores infantis que a minissérie “Os Quatro da Candelária” teve uma curadoria neste sentido.

A produção da Netflix teve o apoio da Casa Ojô, empresa de acolhimento psicossocial formada por uma equipe multidisciplinar. Os integrantes da instituição desenvolveram um trabalho de acolhimento psicossocial, orientação individual e familiar, oficinas de desenvolvimento pessoal e mediação de conflitos.

“Acreditamos que a responsabilidade do setor audiovisual vai além de entreter”, afirma Nana Santana, fotógrafa, educadora e mestre em Artes Visuais pela ECA/USP, com ampla experiência em projetos de inclusão social.

“É preciso desenvolver ambientes seguros e construtivos que reconheçam a individualidade das realidades e vivências das pessoas, especialmente em produções que abordam temas sensíveis como racismo e violência.” complementa.

A “cuidadoria”, como é chamado esse acompanhamento pela Casa Ojô, vai além da psicoterapia tradicional. É uma abordagem que integra diferentes saberes para promover o desenvolvimento artístico, o bem-estar, a formação e a integração de valores ESG no ambiente de trabalho, facilitando o diálogo e a construção de pontes entre diferentes realidades.

No caso de “Os Quatro da Candelária”, houve o acompanhamento ao elenco principal e seus familiares.”

Todos os integrantes da Produção “Os Quatro da Candelária”. Foto: Divulgação.

Arte e diálogo como ferramentas

A Casa Ojô utiliza a educação, a arte e o diálogo como ferramentas para promover a inclusão e o bem-estar ao longo da produção. O foco é na formação e desenvolvimento pessoal dos artistas e suas famílias. O trabalho incluiu sessões individuais e em grupo, abordando temas como construção de autonomia, desenvolvimento de habilidades socioemocionais, e fortalecimento da autoestima. O objetivo é empoderar os participantes a lidarem com os desafios da profissão e da vida pessoal, construindo um futuro mais promissor.

“Para nós, o acompanhamento não se trata apenas de prevenir crises, mas também de promover o desenvolvimento pessoal e profissional de cada indivíduo”, complementa Davi Heller.

De olho no futuro

O sucesso da experiência em “Os Quatro da Candelária” impulsionou a Casa Ojô a expandir sua atuaçãoo. Atualmente, ela ferece consultoria para outras produções audiovisuais que abordem temas sensíveis. A empresa se posiciona como pioneira em um movimento crescente por sets de filmagem mais humanos e sustentáveis.

“O mercado audiovisual precisa se responsabilizar pela saúde mental de seus profissionais”, defende Rodrigo Abreu, pesquisador, mestrando em arte-educação na UNESP (2022), pesquisa metodologias artivistas e reparadoras de danos socioemocionais para grupos historicamente oprimidos.

Você também pode gostar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em:Cinema