O tenente da Polícia Militar Daniel dos Santos Benitez Lopes, condenado a 36 anos de prisão pela morte da juíza Patrícia Acioli em 2011, foi expulso da corporação nesta quinta-feira (15) pelo governador Cláudio Castro. A decisão foi publicada no Diário Oficial.
Em 2013, Benitez foi considerado um dos mentores do crime e condenado a 36 anos de prisão. Apesar de negar participação, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou em 2020 o recurso da defesa do PM que alegava ilegalidades no julgamento.
Em 2020, enquanto cumpria pena na Unidade Prisional da PM em Niterói, Benitez foi aprovado em medicina na UFRJ com nota 800,14 no Enem. Em 2022, ele chegou a ser transferido para o presídio Bangu 8 após indícios de regalias na prisão, como celulares, anabolizantes e cigarros eletrônicos, mas retornou à unidade.
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A juíza Patrícia Acioli foi morta a tiros em 2011 ao chegar em sua casa em Niterói. Contudo, ela havia assinado os pedidos de prisão de dois policiais militares, que a seguiram e a executaram. A investigação apontou que os PMs integravam uma milícia que atuava no 7º BPM e forjava autos de resistência para encobrir execuções.
Acioli era conhecida por sua atuação em processos que julgavam PMs em São Gonçalo. Ela investigava autos de resistência forjados e, em 60 casos analisados, apenas seis eram considerados verdadeiros. A magistrada chegou a assinar mais de 60 mandados de prisão contra policiais ligados a milícias e grupos de extermínio.
Enfim, devido ao seu trabalho, Patrícia Acioli estava em uma lista de doze pessoas marcadas para morrer, segundo a Polícia Civil. Dessa forma, o nome dela foi encontrado com Wanderson da Silva Tavares, o Gordinho, acusado de ser chefe de uma milícia em São Gonçalo. Wanderson foi preso no mesmo ano do assassinato da juíza.