Milhares de argentinos foram às ruas nesta sexta-feira (23) para exigir assistência alimentar nos refeitórios comunitários e rejeitar políticas de ajuste. A crise levou a pobreza acima de 50% e a inflação ultrapassou os 250% ao ano.
Organizações sociais e partidos de esquerda convocaram a manifestação em Buenos Aires em frente ao Ministério do Capital Humano. A situação de cerca de 38 mil refeitórios comunitários foi destacada como última fonte de ajuda para os mais afetados pela crise econômica.
Desde a chegada do presidente ultraliberal em dezembro, o país enfrentou um forte ajuste, resultando no primeiro superávit fiscal em 12 anos em janeiro. No entanto, isso também trouxe tensões sociais com demissões, queda de aposentadorias e aumento nos preços de alimentos e serviços públicos.
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Os manifestantes carregaram cartazes com mensagens como “A fome não espera” e “As panelas estão vazias, os bolsos também”. Alguns refeitórios denunciaram a falta de alimentos desde novembro e dependem de doações e auxílios municipais.
O governo argumenta que busca ajudar os mais vulneráveis diretamente, evitando intermediários, como organizações sociais. Parcerias foram feitas com igrejas evangélicas e a Cáritas Argentina para assistência alimentar.
Enquanto o governo promete um levantamento transparente dos refeitórios para compra de alimentos, as entregas foram suspensas. O porta-voz presidencial rejeitou as denúncias e reafirmou a importância do Cartão Alimentar, que oferece subsídios mensais para famílias necessitadas.