Foto: Pedro Ivo
Centenas de feirantes se reuniram na manhã deste domingo (28), em Acari, Zona Norte do Rio de Janeiro, para manifestar toda a indignação com a decisão da prefeitura de acabar com a tradicional ‘Feira de Acari’.
No primeiro domingo sem feira, Acari foi palco de protestos e operação policial, quando os feirantes que já estavam no local montando as barracas, por volta das 04:00, foram impedidos de trabalhar, logo após a chegada de agentes da Secretaria de Ordem Pública (Seop), da Guarda Municipal e da Polícia Militar.
Os trabalhadores se reuniram na calçada para protestar contra a medida, segurando faixas, cartazes e distribuição de panfletos, eles pediam a liberação da feira. O grupo argumentou que trabalha regularmente e foi prejudicado pela medida.
A manifestação chegou a bloquear uma faixa da avenida por cerca de uma hora. Agentes da Guarda Municipal, CET-Rio e Ordem Pública atuaram no local para que a via fosse liberada.
Medida:
A proibição da Feira de Acari é uma medida polêmica que tem gerado protestos de feirantes e moradores da região. O governo municipal afirmou que a medida tem como objetivo, combater o crime organizado. Porém, os feirantes dizem que trabalham regularmente e que a proibição prejudica a economia local e a vida deles, que tem a feira como fonte principal de sustento.
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O coronel Ivan Blaz, comandante do 9º BPM (Rocha Miranda) e o delegado titular da 31ª DP (Ricardo de Albuquerque), André Prates, estiveram no local para acompanhar a operação.
Agentes de operações especiais de ordem pública da prefeitura utilizaram ferramentas para quebrar estruturas fixas como telhas. Escavadeiras foram empregadas para remoção das estruturas metálicas na ação. equipes da Light fizeram a remoção de ligações de energia clandestinas.
Ivan, ainda avaliou a ação deste domingo na Feira de Acari como um passo a mais no combate aos indicadores de crimes de roubo de cargas do Rio.
“As forças de segurança do Estado do Rio, incluindo também as forças federais, já atuam no roubo de cargas nos últimos anos e isso tem reduzido em até 70% alguns pontos no Estado do Rio. Por isso, atuar nas feiras ilegais é fundamental, porque aqui também observamos muito descaminho”, relatou o comandante.
A PM atua na ocupação com apoio de 150 Policiais Militares do 9º BPM (Rocha Miranda), 41º BPM (Irajá), Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e Batalhão de Polícia de Choque (BPChq).
Feirante há mais de cinco anos, Valdecleia Ogliaruso, 37, vende papel higiênico, fralda e pão.
“Quem tiver errado, ele tira, mas quem tiver certo tem que poder trabalhar. Eu dependo disso aqui. Meu filho não pode ouvir que sou criminosa porque trabalho na Feira de Acari. Deixo bem claro: Queremos nosso direito de resposta. Se o prefeito não quer vir fiscalizar, que faça uma audiência pública”, disse a vendedora em tom de tristeza e protesto.
Foto: Pedro Ivo
Balanço
A operação resultou na remoção de dois telhados que ocupavam a calçada irregularmente e mais sete estruturas precárias, que vinham sendo usadas como moradias sob o viaduto. Um trailer, um depósito de gelo localizados que obstruem a circulação também foram notificados.
Também foram removidos, seis ligações de luz clandestinas e uma de água. As ligações desfeitas resultaram na apreensão de cerca de 200 metros de fios e cabos que estavam sendo usados para furto de energia elétrica.
Quatro câmeras de monitoramento, que pertenceriam ao crime organizado, foram desligadas e 14 tomadas desfeitas, além de duas centrais de comando. Os fiscais também removeram cinco veículos, sendo duas motos, por circularem na passarela do metrô, Acari Fazenda Botafogo.
