Terminou, no começo da noite desta quarta-feira (24), a terceira audiência do Caso João Pedro. Prestaram depoimento, na condição de testemunhas, policiais federais que participaram da operação conjunta com a Polícia Civil em maio de 2020, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, que resultou na morte do adolescente.
Mãe do jovem, Rafaela Coutinho classificou como “tranquilos” os depoimentos dos agentes e acredita que houve avanços importantes para a resolução do caso. Rafaela também cobrou que o inquérito seja concluído o quanto antes, com os policiais civis, réus pelo crime, levados a júri popular.
“Avançamos para novas etapas nas audiências. Queremos a conclusão do inquérito e que os polícias vão a júri popular”, disse.
Nesta quarta, foram ouvidos, no Fórum de São Gonçalo, os policiais federais Carlos Farias Junior, Carlos Augusto Schmidt, Fabio de Oliveira Sampaio, Roger Stayner Ribeiro, Cavalcanti, Léo Dias de Vasconcellos, Jackson Mariotinivalim Maia e Pedro Ferreira Menezes.
A quarta audiência de instrução do processo está marcada para 12 de julho, na qual serão ouvidos policiais civis também na condição de testemunhas. Entre eles estão dois delegados, são eles: Allan Duarte Lacerda, então titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSG); e Sergio Sahione Ferreira, então comandante da Core.
Também foram intimados os agentes Ricardo de Rezende Herter, Adonis Lopes de Oliveira, Jair Correa Ribeiro, Thiago de Azevedo Hermida, Fabio de Oliveira Martinez Alonso e Marcio Borges Coelho.
Entenda o caso
O adolescente de 14 anos foi baleado com um tiro de fuzil durante uma operação das polícias civil e federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, no dia 18 de maio de 2020.
A casa onde ele brincava com primos e amigos foi invadida por policiais, que entraram atirando, e ficou marcada com 72 tiros após a operação. Ferido, João Pedro foi levado de helicóptero pelos policiais e a família só teve notícias sobre o paradeiro do corpo no dia seguinte. Os agentes cumpriam mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de uma facção criminosa.
Os policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister, todos lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais, foram indiciados pela Polícia Civil em junho de 2021. Em fevereiro de 2022, a Justiça aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e os tornou réus.