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Luto nas artes: Morre Zé Celso Martinez

Foto: José Celso Martinez/Instagram

Morre o lendário dramaturgo Zé Celso Martinez, deixando um legado artístico que revolucionou tanto a política quanto os costumes. Desafiando corajosamente a opressão da ditadura militar, Zé Celso foi perseguido devido às suas inovadoras montagens teatrais de estilo dionisíaco. Sua resistência custou-lhe prisão, tortura e exílio, mas também o levou a produzir documentários sobre as revoluções em Portugal e Moçambique.

O aclamado documentário “Zé Celso: tupy or not tupy” apresenta toda a grandiosidade de seu trabalho, destacando colaborações com ícones das artes como Augusto Boal, Chico Buarque, Sérgio Britto, Raul Cortez e Pascoal da Conceição.

Teatro Oficina

José Celso Martinez Corrêa nasceu em Araraquara, em 1937, e, embora tenha estudado Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1955, nunca exerceu a profissão. Nesse período, ele fundou o Teatro Oficina, onde suas primeiras peças, “Vento Forte para Papagaio Subir” (1958) e “A Incubadeira” (1959), foram encenadas.

Na década de 1960, Zé Celso profissionalizou-se e o grupo mudou-se para o Teatro da Rua Jaceguai. Lá ele dirigiu a peça “Pequenos Burgueses”, de Máximo Gorki. Antes de acabar censurada no ano seguinte, quando o Brasil entrou na ditadura militar, a montagem recebeu vários prêmios.

Após um incêndio, o teatro passou por reforma. A primeira produção nesta nova fase, “O Rei da Vela” (1967), baseou-se num texto de Oswald de Andrade, na década de 1930.

Altruísmo nas artes

Uma das características marcantes dos espetáculos de Zé Celso: sua encenação voltada para o grande público. Isso sem cobrar entrada, ou em espaços abertos e, até mesmo, em grandes arenas. Um exemplo disso são “As Dionisíacas”, um conjunto de quatro peças que percorreu sete capitais brasileiras ao longo de 2010. As apresentações aconteciam em estádios e com entrada gratuita, permitindo que um número maior de pessoas tivesse acesso ao seu trabalho imponente.

Com a morte de Zé Celso Martinez, o mundo perde um visionário da arte dramática, cujo legado de coragem e inovação continuará inspirando gerações futuras. Sua abordagem engajada e teatralidade extravagante permanecerão marcadas na história, mantendo seu nome vivo na memória coletiva.

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