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Lula cobra de países ricos dinheiro para combater mudanças climáticas

Lula cobra de países ricos dinheiro para combater mudanças climáticas

Foto: AFP

O presidente Lula defendeu a redução da dependência dos combustíveis fósseis e o aumento da descarbonização da economia durante a COP28. Em seu discurso na conferência, ele criticou o descumprimento dos acordos climáticos e os altos gastos com guerras, além de cobrar a ajuda financeira dos países ricos.
O Brasil busca retomar o protagonismo nas negociações climáticas e obter mais recursos para a preservação das florestas, mas enfrenta questionamentos sobre seu compromisso ambiental devido aos planos de exploração de petróleo na Amazônia e ao aumento de queimadas no Amazonas e no Pantanal.

Lula ressaltou a importância das energias renováveis e mencionou a necessidade de acelerar a descarbonização do planeta e promover uma economia menos dependente de combustíveis fósseis. O governo lançará o Plano de Transformação Ecológica durante a COP, com o objetivo de impulsionar setores como a bioeconomia e a energia limpa.

No entanto, a incerteza em relação à exploração de petróleo na Amazônia tem gerado preocupações internacionais. Enquanto o setor ambiental se opõe à concessão de licenças para pesquisas da Petrobras na região, o Ministério de Minas e Energia defende a extração do recurso. O presidente tem minimizado a controvérsia em suas falas recentes.

Além disso, Lula criticou os gastos com guerra e exigiu mais ajuda financeira dos países ricos. Ele destacou que o mundo gastou enormes quantias em armas no ano passado, enquanto o apoio financeiro aos países pobres foi insuficiente. O presidente enfatizou a necessidade de responsabilidade por parte dos governantes e criticou a ineficiência da ONU em manter a paz devido aos lucros de alguns de seus membros com a guerra.

No entanto, menções a guerras têm sido controversas para Lula, que já recebeu críticas da comunidade internacional por declarações sobre conflitos na Ucrânia e na Palestina. Em uma dessas ocasiões, o petista foi criticado ao comparar a ofensiva israelense na Faixa de Gaza com o ataque terrorista do Hamas.

Desmatamento na Amazônia reduz, mas incêndios preocupam

A Amazônia apresentou uma diminuição de 22% na taxa de desmatamento em um ano, de acordo com o presidente. Ele reafirmou a meta de acabar com a devastação do bioma até 2030. No entanto, tanto ambientalistas como o setor produtivo defendem que esse objetivo seja antecipado. O ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Pedro de Camargo Neto, considerou “inaceitável” a promessa de zerar o desmatamento apenas em 2030.
Por outro lado, a Amazônia vem enfrentando uma seca histórica, seguida de um número recorde de incêndios, revelando falhas no planejamento do governo para lidar com eventos climáticos extremos. A gestão anterior já havia admitido que havia uma falta de brigadistas para enfrentar o problema, agravado pelo El Niño, que os cientistas já alertavam para os seus efeitos graves desde o início do ano.
Na Cúpula de Belém, em agosto, houve divergências entre os países que abrigam a floresta em relação ao veto a novas explorações de petróleo na região, além da resistência em assumir a meta de zero desmatamento, o que impediu a criação de um documento mais ambicioso. Em Dubai, o governo pretende propor um novo fundo internacional que receba recursos em troca da preservação de cada hectare de floresta.
Esse modelo será detalhado ainda nesta sexta-feira e terá uma gestão diferente do Fundo Amazônia, sendo administrado por uma instituição financeira multilateral. O presidente afirmou que trabalhará de forma construtiva com todos os países para pavimentar o caminho entre a COP28 e a COP30, que ocorrerá em 2025, em Belém, no Pará.

No entanto, o Brasil enfrenta dificuldades na redução dos índices de desmatamento no Cerrado. Os números divulgados esta semana mostram que a taxa de desmatamento se manteve estável em um ano, mas a área perdida é de 11.011,7 km², o que é superior ao território destruído na Amazônia.

Após seu pronunciamento, o presidente terá uma reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres. Ele também terá pelo menos cinco encontros bilaterais durante esta sexta-feira, incluindo o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez. Lula também se encontrará com o presidente de Israel, Isaac Herzog, e com o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali. Na quinta-feira, o governo brasileiro aumentou a presença militar em Parcaraima, na fronteira norte do país, devido ao aumento da tensão entre Venezuela e Guiana.

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