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Livro mostra método para a alfabetização eficiente

Foto: Pixabay

A volta às aulas, na prática, começou após o fim do carnaval. E agora recomeça o período letivo. Mas um desafio segue atual: o de alfabetizar crianças com qualidade. Embora desde 2022 os números de casos e óbitos em relação à pandemia tiveram queda, o que permitiu o retorno às atividades escolares presenciais, a qualidade no aprendizado de alunos em alfabetização piorou. Por isso, a psicopedagoga Luciana Brites lançou o livro “Alfabetização: por onde começar? Um método neurocientífico eficiente para ensinar a ler de verdade”.

CEO do Instituto NeuroSaber e autora de livros sobre a área de educação, Luciana explica que se baseou em uma estatística preocupante para escrever a obra atual. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a quantidade de crianças com dificuldade de ler e escrever pulou de 15,5% para 33,8% em 2022, por conta da pandemia de covid-19.

“O Brasil, atualmente, está entre os piores países do mundo em compreensão leitora. E as consequências que a pandemia causou na educação pioraram essa estatística. Por isso que eu proponho no livro uma forma de melhorar esse aspecto. Na verdade, nós temos épocas para aprender. A alfabetização passa por um processo cognitivo e neurodesenvolvimental. O que isso significa? É que os primeiros seis anos do nosso cérebro tem aberturas de ‘chaves’. E isso precisa de estímulo para desenvolver o processo de alfabetização justamente até essa idade”, detalha.

A psicopedagoga Luciana Brites

Aprendizagem em tópicos

A especialista diz que o livro contém um conjunto de evidências baseadas em pesquisas científicas, sobre o que acontece no cérebro humano durante a leitura e a escrita.

“O conceito de ler e escrever não é uma habilidade natural que temos e, sim, algo que é construído cultural e cognitivamente na nossa sociedade. Entre os tópicos que abordo, estão a diferença entre dificuldade e transtorno de aprendizagem. Outro exemplo é como identificar as necessidades individuais e os processos cerebrais que acontecem ao ler e compreender palavras escritas. Explico ainda sobre os passos que ajudam a criança no processo de alfabetização, as fases do desenvolvimento e a mediação eficaz durante esse processo”, afirma Brites.

Foto: Divulgação

Portanto, há um conjunto de ações nesse aprendizado inicial. Ela explica é importante um processo de pré-alfabetização. Até os três anos é necessário, segundo Luciana, desenvolver habilidade de vocabulário. Já a partir da idade seguinte, quatro anos, deve-se apresentar a relação entre som e letra.

“Quando a gente entende as etapas de desenvolvimento de cada uma dessas habilidades, não se queima etapas e potencializa-se a aprendizagem da leitura e da escrita. O sistema alfabético não é intuitivo, mas sim inventado. E vou além, ele exige uma cadeia extremamente cognitiva importante para que essa processo aconteça. O nosso cérebro nasceu para aprender a falar e não para ler e escrever. Portanto é preciso um processo de neuroplasticidade e que tem ser feito de maneira sistematizada de acordo com a ciência da leitura”, detalha a psicopedagoga, enfatizando que é necessário tirar o tema da alfabetização “do achismo para trazê-lo ao ramo das evidências científicas”.

Para quem quiser comprar o livro, a obra está disponível no site da Amazon.

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