O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, chegou nesta quarta-feira, 20, ao Egito para discutir um possível cessar-fogo em Gaza. Israel anunciou sua disposição de aceitar uma nova pausa desde que reféns sejam libertados. Após mais de dois meses de guerra e pressão internacional, ambas as partes parecem dispostas a estabelecer uma segunda trégua. A primeira pausa durou uma semana e resultou na libertação de 105 reféns sequestrados pelo Hamas e de 240 palestinos detidos em prisões israelenses.
Haniyeh, líder do movimento palestino, está em exílio no Catar e desembarcou no Cairo para se reunir com Abbas Kamel, diretor do serviço de inteligência do Egito. Em um comunicado, a organização islamista palestina afirmou que as negociações se concentrarão em interromper a agressão e a guerra, preparar um acordo sobre a libertação de prisioneiros palestinos e acabar com o cerco imposto à Faixa de Gaza.
Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007, após o movimento palestino atacar o país em 7 de outubro. A ofensiva resultou em aproximadamente 1.140 mortes, a maioria civis, e 250 pessoas foram tomadas como reféns, com 129 continuando em Gaza.
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Enquanto as negociações ocorrem, Israel continua com sua ofensiva em Gaza, resultando em mais mortes. O território palestino enfrenta uma grave crise humanitária, com a maioria dos hospitais fora de serviço e a população fugindo da destruição no norte do enclave. Metade da população sofre de fome extrema ou grave, e a falta de água potável, alimentos e saneamento pode levar a mortes de crianças por doenças que superam o número de mortos nos bombardeios.
Com suas casas em ruínas, os habitantes de Gaza buscam refúgio em abrigos superlotados, onde lutam para encontrar comida, água e atendimento médico. O deslocado Nizar Chahine, de 15 anos, declarou:
“Não sabemos para onde ir. Hoje não há água, não há comida, não há nada.”