

Deputado estadual em exercício TH Joias, preso a mando da Justiça, mostra devoção de ouro ao MC Poze do Rodo, rei do funk proibidão: denúncia do MPRJ o acusa de negociações e transações favorecendo o Comando Vermelho – CV | Reprodução Redes Sociais
Uma ação conjunta das polícias Civil do Rio e Federal, batizada Operação Bandeirantes, juntamente com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), numa ofensiva contra a facção criminosa Comando Vermelho, prendeu o deputado estadual em exercício TH Joias (MDB). O fato aconteceu na manhã desta quarta-feira, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Thiego Raimundo dos Santos Silva — nome civil de TH Joias — originalmente se trata de suplente do MBD, sigla que tem como cacique político no estado do Rio o ex-secretário de Transportes, Washington Reis. Ele somente ocupa uma cadeira no parlamento por conta do licenciamento do deputado Rafael Picciani (MDB), atualmente secretário de Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro. A princípio, conforme apuração da jornalista Berenice Seara, do Portal Tempo Real, ele já teria sido expulso do MDB.
Acusações contra o deputado em exercício
Pesa contra o parlamentar em exercício, principalmente a acusação de envolvimento em transações comerciais em favor da facção Comando Vermelho (CV). Tal fato ocorre em total desvio de finalidade de qualquer prerrogativa parlamentar prevista no Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Sobretudo, representa, traição aos seus eleitores e à própria Alerj como casa de representação máxima da população fluminense.
De acordo com as acusações do MPRJ, o deputado TH Joias atuaria na negociação de compra e venda de equipamentos bélicos, bem como substâncias entorpecentes para comunidades controladas pelo CV. Por exemplo, fuzis, equipamentos antidrones e drogas ilícitas.
Operação Bandeirantes mira outros suspeitos
Os agentes policiais cumprem quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão. Tanto na Freguesia, Zona Oeste do Rio, assim como na Zona Sul, em Copacabana. Além de TH Joias, narcoterroristas estão na mira da Operação Bandeirantes. De igual forma, a mulher de um traficante, lotada em um cargo público, por indicação política do deputado, tal qual um assessor parlamentar.
Polícia Civil identifica lavagem de dinheiro
A Polícia Civil flagrou movimentações financeiras suspeitas em empresas ligadas ao deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva (TH Joias). Instituições financeiras emitiram alertas sucessivos e confirmaram a prática de lavagem de dinheiro.
Delegado destaca gravidade da investigação
O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou:
“O deputado eleito para representar a sociedade colocou seu mandato a serviço da maior facção criminosa do Rio de Janeiro”.
Todavia, há de se considerar que TH Joias não se trata de deputado eleito, mas sim de um suplente do MDB. Trata-se de fato notório que o cacique político dessa legenda no Estado do Rio de Janeiro se trata de Washington Reis, virtual pré-candidato ao governo do estado em 2026.
Assim sendo, a presença de TH Joias na Alerj somente ocorre em razão de negociação para que Rafael Picciani — também do MDB de Washington Reis —assumisse a secretaria de Esporte e Lazer do Estado.
Inclusive, a manutenção da prisão de TH Joias depende do retorno de Rafael Picciani à Alerj. Pois caso ele não retorne ao cargo, caberá ao plenário da Casa votar pela autorização da prisão do deputado em exercício.
Provas ligam TH Joias ao Comando Vermelho
Conforme o escopo das investigações, TH Joias exerceu papel central na articulação criminosa. A Polícia Civil diz ter reunido provas que confirmam a relação direta do deputado em exercício com o Comando Vermelho. Igualmente, sua atuação para ampliar os interesses da facção. Entretanto, somente através do arranjo político feito entre Washington Reis, Rafael Picciani e o governador Cláudio Castro que TH Joias pôde ocupar uma cadeira no parlamento.
Desse modo, cabe ao delegado do caso, Felipe Curi, considerá-lo um suplente e não um deputado. Acima de tudo, para averiguar se há ou não envolvimento — ou bênção — de quem articulou sua ida para o parlamento.
Caso permaneça preso, o instituto da delação premiada pode se tornar uma via recursal para TH Joias.
A denúncia do MPRJ contra deputado em exercício e comparsas
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou TH Joias e outras quatro pessoas por associação para o tráfico e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito. Os promotores apontaram vínculos estáveis do grupo com o Comando Vermelho nos Complexos da Maré, Alemão e Parada de Lucas.
Detalhes da denúncia, conforme MPRJ
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TH Joias teria usado o exercício do cargo de deputado estadual para favorecer a facção, inclusive e nomeando comparsas para cargos públicos.
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O deputado teria intermediado diretamente o comércio de drogas e armas, realizando pagamentos ao CV.
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Um segundo denunciado atuou como liderança financeira, autorizando compras de antidrones e pagamentos vultosos.
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Um terceiro integrante exerceu a função de tesoureiro, armazenando drogas, guardando milhões e intermediando negociações de armas e munições.