O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou, nesta segunda-feira (18), o afastamento da deputada estadual Lucinha (PSD). A parlamentar é alvo da Operação Batismo, do Ministério Público (MPRJ) e Polícia Federal (PF), por suspeita de envolvimento com a milícia.
O nome da operação está associado à alcunha “Madrinha”, maneira como lideranças do grupo criminoso chamariam a parlamentar.
O objetivo, segundo o MPRJ, é apurar a participação e a articulação política desempenhada pela deputada, em conjunto com sua assessora, em benefício da milícia comandada por Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, com atuação na Zona Oeste do Rio.
A ação é um desdobramento da operação Dinstia, deflagrada pela PF em agosto de 2022, com o objetivo de desarticular organização criminosa formada por milicianos com atuação na Zona Oeste do Rio.
A operação conta com cerca de 40 policiais federais cumprem oito mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ/RJ), nos bairros de Campo de Grande, Santa Cruz e Inhoaíba, todos na Zona Oeste.
O gabinete de Lucinha na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) também é alvo de buscas. Além dos mandados, a justiça determinou o afastamento imediato das funções legislativas, proibição de manter contatos com determinados agentes públicos e políticos, bem como proibição de frequentar a casa legislativa.
Articulação política
As investigações apontam a participação ativa da uma deputada estadual e de sua assessora na organização criminosa, especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos visando atender os interesses do grupo miliciano, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção.
O procurador-geral de Justiça subscreveu a cautelar. O trabalho foi desenvolvido pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Procuradoria Geral de Justiça. O Grupo de Investigações Sensíveis da PF (GISE/RJ) a Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ) atuaram em conjunto.
Até o momento, a parlamentar não se pronunciou sobre as acusações. Assim que o fizer, este texto será atualizado.
Sequestro
Recentemente, Lucinha frequentou as páginas policiais por outra razão. Em 1º de outubro, bandidos sequestraram a deputada, em um sítio, localizado na Zona Oeste do Rio.
Os criminosos estavam fugindo da comunidade Viegas, em Senador Camará. Eles chegaram a levar a parlamentar, em um veículo da Alerj, até a comunidade Vila Kennedy. Os sequestradores libertaram a deputada momentos depois. Ela retornou para casa sem ferimentos.