
Créditos: Divulgação/Firjan
A Casa Firjan é palco de uma exposição que mergulha nas questões raciais e culturais através dos olhos dos jovens estudantes do ensino médio. Com o título “Arte maker: tecnologias ancestrais”, a mostra coletiva apresenta aproximadamente 40 trabalhos produzidos ao longo do ano de 2023 por alunos de 16 Escolas Firjan Sesi distribuídas pelo estado do Rio de Janeiro.
Explorando temas como povos originários, ritos, estética negra, e identidade, os estudantes participaram do Itinerário de Inovação Arte Maker, uma atividade optativa que visa unir a cultura maker com a arte contemporânea, promovendo reflexões sobre suas próprias realidades.
Um dos destaques da exposição é o trabalho de Maria Luiza Oliveira, aluna do 3º ano do ensino médio na Escola Firjan Sesi São Gonçalo e no curso técnico de informática na Firjan Senai. Inspirada por uma peça teatral do renomado ator e diretor Hilton Cobra, baseada na vida e obra de Lima Barreto, Maria Luiza criou a instalação “Sankofa”.
“Sankofa” aborda a complexidade racial e eugenista no Brasil oitocentista, entrelaçando narrativas do branco e do afrodiaspórico. Inspirada no livro “Nação crioula” de José Eduardo Agualusa, a obra utiliza instalações para simbolizar a chegada de mercadorias e debates científicos pós-escravatura.
Para Maria Luiza, participar do Arte Maker foi uma oportunidade de descoberta e autoconhecimento. Vindo de uma escola que não valorizava o ensino de arte, ela encontrou na disciplina um novo mundo de possibilidades. Com o apoio da mãe, técnica de enfermagem, Maria Luiza passou a compreender sua negritude, sua beleza e a importância de sua ancestralidade.
Com entrada franca, a mostra coletiva fica em cartaz de terça-feira a domingo, das 9h às 19h, até o dia 14 de abril.