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Jogador do Botafogo afirma ter sofrido racismo em shopping

Guilherme Quintino. Foto: Redes Sociais

Na última terça-feira (20), o jogador de futebol do Botafogo, Guilherme Quintino, foi alvo de uma situação vexatória de racismo em uma loja Zara, localizada no Barra Shopping, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Sem saber, Guilherme seria impedido de sair da loja após uma compra que não levou adiante.

Ao lado de sua namorada, o atleta escolheu algumas peças de roupa, que colocou dentro de uma bolsa ecobag, oferecida pela própria loja. Porém, quando desistiu da compra e deixou a bolsa no local, os funcionários se mostraram desconfiados e constrangeram o casal, chamando o segurança da Zara.

A abordagem constrangedora da segurança durou cerca de 40 minutos. O jogador gravou um vídeo para expor o ocorrido e provar o que estava acontecendo. Guilherme e sua namorada foram interrogados sobre o local onde haviam deixado os itens escolhidos. Tudo isso em pleno shopping da Barra, em um ambiente público.

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, já solicitou a relação de funcionários que atendiam a loja durante a ocorrência e as imagens das câmeras de segurança. Guilherme Quintino e uma testemunha já prestaram depoimento sobre o ocorrido. Até a publicação desta reportagem, ainda mais pessoas haviam seriam intimadas para depor sobre o caso.

 

A advogada Damiane Arruda entende a situação ocorrida com Guilherme como fato extremamente grave.

Constam várias relatos que denunciam a prática de racismo pela loja Zara, que já estampou em sua política interna a prática de racismo. É nítido, ainda mais quando não há negros trabalhando nestas lojas. Não é normal que pessoas possam ser humilhadas pela sua cor ou raça nos dias atuais. A lei 7.716/89 pune esta prática comumente em nossa sociedade, a pena varia de 2 a 5 anos e multa. Foram mais de 300 anos de escravidão, e as pessoas continuam passando por isso. Comprar em uma loja de alto padrão se tornou um sofrimento para a população negra. Fica evidente que daqui a algum tempo será solicitado comprovante de renda para realizar compras. Houve crime de racismo, e é necessário buscar informações de como os funcionários da referida loja são orientados a proceder com pessoas de cor preta e continuar as investigações. É preciso denunciar diariamente, como foi feito pelo jogador do Botafogo”, disse.

 

As investigações já estão em andamento para resolver o caso de racismo que vitimou Guilherme Quintino. A Zara e demais envolvidos no incidente ainda não se pronunciaram sobre a situação. Assim que houver manifestação, esta reportagem será atualizada, dando aos citados o devido contraditório.

 

 

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