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Itaboraí completa 191 anos neste 22 de maio

Itaboraí completa 191 anos neste 22 de maio

Itaboraí completa 191 anos neste 22 de maio | Reprodução

Itaboraí, no Leste Fluminense, celebra 191 anos de história política neste dia 22 de maio, data da instalação de sua primeira Câmara de Vereadores. Mais do que um aniversário, a data marca a consolidação de um município que soube se reinventar ao longo do tempo, preservando suas raízes enquanto se abre para novos horizontes. Logo, a cidade ostenta um passado rico, um presente vibrante e um futuro promissor.

A história de Itaboraí se entrelaça com a dos povos indígenas que habitavam a região desde a pré-história. O nome “Itaboraí”, de origem tupi, significa “rio das pedras bonitas” ou “rio das pedras brilhantes”, um reflexo da beleza natural que encantou os primeiros habitantes. A fundação oficial do município data de 1672, com a construção da capela dedicada a São João Batista, marco inicial do desenvolvimento local.

Entre 1700 e 1800, a freguesia de São João de Itaboraí se destaca como a mais importante da Vila de Santo Antônio de Sá, impulsionada pela pujança de seus oitenta engenhos de açúcar. O porto local, conhecido como Porto das Caixas, fervilhava com o embarque da produção em caixas de madeira, em catorze barcos que rumavam para diversos destinos.

A partir de 1850, a ferrovia começa a substituir o transporte fluvial. Em 1860, a inauguração do primeiro trecho da Estrada de Ferro Niterói-Cantagalo consolida a importância de Itaboraí, que centraliza a produção do leste fluminense. Os produtos eram então escoados por via férrea até Porto das Caixas e embarcados para comercialização na Baía de Guanabara. No entanto, a Vila de Santo Antônio de Sá entra em declínio, perdendo sua relevância como entreposto comercial.

Natureza

Parte do território de Itaboraí se debruça sobre a Baía de Guanabara, formando um abraço acolhedor à sua beleza natural. Em conjunto com os municípios de Magé e Guapimirim, Itaboraí compõe a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim, um santuário verde dedicado à preservação e à conservação dos remanescentes de manguezais, ecossistemas vitais para a saúde ambiental da região.

A vegetação de Itaboraí se apresenta como um mosaico vibrante, onde pastagens verdejantes se harmonizam com matas de encosta, manguezais exuberantes e brejos úmidos.

Nas serras do Barbosão e do Lagarto, em áreas mais íngremes e elevadas, emergem remanescentes de matas atlânticas, testemunhas silenciosas da história natural do local. Estas matas, em sua maioria secundárias, são fruto da regeneração natural após a exploração madeireira do passado, e ostentam uma rica biodiversidade. No restante do município, as matas se encontram fragmentadas, surgindo em pontos isolados e desafiando a ação humana para sua preservação.

População

Com uma área total de 429,961 km², Itaboraí ocupava a 39ª posição entre os 92 municípios fluminenses em termos de extensão territorial, com cerca de 92km de área urbana.

Ao longo dos séculos, Itaboraí experimentou um crescimento populacional significativo. De acordo com o último censo do IBGE, em 2022, a população do município ultrapassou 224 mil habitantes. A cidade possuí a 13º maior população do estado do Rio de Janeiro, bem como a 139ª do Brasil.

Em 1970, a cidade tinha 65.912 habitantes, ao passo que se multiplicou para 114.542 pessoas, em 1980. Nesse sentido, em 1991, a população saltou para 162.742. No ano 2000, registrava 187.479, e em 2010, o número de habitantes chegou a 218.008.

Economia

O Produto Interno Bruto de Itaboraí é de R$ 23 mil por habitante. Porém, o salário médio da população corresponde a 2,2 salários mínimos. Comparado a outros municípios, Itaboraí ocupa a 68ª posição no estado do Rio de Janeiro.

Apesar de ter uma população superior a 218 mil pessoas, apenas 35.450 estão ocupadas.

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O mercado imobiliário da cidade apresenta declínio no preço médio dos imóveis, de 3,31%. Em média, o valor de uma moradia padrão de dois quartos custa R$ 288.371 na cidade. O preço médio do metro quadrado também registra queda de 3,42%, ao valor de R$ 3.064. Os dados correspondem ao mês de dezembro de 2023, considerando um período de 12 meses.

Cerâmica

A tradição da manufatura cerâmica em Itaboraí remonta aos tempos coloniais, quando a argila abundante da região impulsionou o surgimento de olarias e fábricas. Atualmente, o município se consolida como um polo referência na produção ceramista, sobretudo de tijolos, através de suas olarias.

Fruticultura

As terras férteis de Itaboraí propiciam uma profícua produção de frutas, principalmente a laranja. No passado, a cana-de-açúcar e o café moviam a economia local, por meio das dezenas de fazendas.

A fruticultura local abastece não apenas o município, mas também diversos mercados do estado do Rio de Janeiro e do Brasil, impulsionando a economia local e gerando renda para os produtores.

Mel

A apicultura floresce em Itaboraí, com a produção de mel de alta qualidade. A atividade beneficia não apenas os apicultores, mas também o meio ambiente, através da polinização das plantas e a preservação da biodiversidade.

Créditos: Divulgação Suzano/Agência Brasil

Educação

Itaboraí possui 164 escolas: 93 municipais, 55 privadas e 16 estaduais.

A taxa de escolarização na faixa etária de 6 a 14 anos em Itaboraí apresentou evolução discreta entre 2010 e 2021, enquanto o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) mostrou resultados mistos, com avanços em alguns indicadores e estagnação em outros.

Em 2010, Itaboraí registrava taxa de escolarização de 97,1% para crianças entre 6 e 14 anos, ocupando a 64ª posição entre os 92 municípios do Rio de Janeiro. No cenário nacional, a cidade figurava na 3.514ª colocação dentre 5.570 municípios. Apesar da alta cobertura, a posição relativa de Itaboraí indica que outros municípios brasileiros apresentaram um desempenho superior na garantia do acesso à educação básica nesse grupo etário.

O IDEB, indicador que mede a qualidade do ensino, apresentou resultados desiguais em Itaboraí entre 2010 e 2021. Nos anos iniciais do ensino fundamental, a rede pública municipal alcançou a nota 5,2 em 2021, posicionando-se na 63ª colocação entre as cidades fluminenses e na 3.296ª posição nacional. Apesar da melhora em relação a 2010, o índice ainda se encontra abaixo da média nacional (6,0) e indica margem para avanços na qualidade do ensino nessa etapa.

Em contrapartida, nos anos finais do ensino fundamental, o IDEB de Itaboraí em 2021 foi de 4,5, registrando estagnação em relação a 2010. Essa estagnação coloca a cidade na 67ª posição entre os municípios fluminenses e na 3.358ª posição no ranking nacional. O resultado evidencia a necessidade de medidas focadas na melhoria da qualidade do ensino nessa etapa, a fim de garantir que os alunos concluam o ensino fundamental com as habilidades e conhecimentos necessários para o prosseguimento da vida escolar e profissional.

Saúde

A cidade de Itaboraí apresenta indicadores de saúde com avanços em alguns aspectos, mas ainda com desafios a serem superados, principalmente na redução da mortalidade infantil e das internações por diarreia.

A taxa de mortalidade infantil em Itaboraí é de 9,44 por 1.000 nascidos vivos, o que coloca a cidade na 73ª posição entre os 92 municípios do estado do Rio de Janeiro. Em comparação nacional, Itaboraí ocupa a 3.179ª posição dentre 5.570 municípios.

Apesar da melhora em relação a anos anteriores, a taxa ainda se encontra acima da média nacional (6,2 por 1.000 nascidos vivos). Por consequência,  indica a necessidade de medidas para reduzir o número de mortes de bebês.

As internações por diarreia em Itaboraí afetam 4 pessoas para cada 1.000 habitantes, posicionando a cidade na 54ª colocação entre os municípios fluminenses e na 2.316ª posição no ranking nacional. Apesar da taxa estar abaixo da média nacional (5,2 por 1.000 habitantes), o índice ainda é preocupante e exige ações para melhorar o acesso à água potável, ao saneamento básico e à educação em saúde para a população.

Figuras Ilustres

Itaboraí é berço de diversas personalidades que marcaram a história do Brasil. Dentre elas, podemos destacar o empresário Jelson da Costa Antunes, fundador da Auto Viação 1001 e do Grupo JCA; João Caetano dos Santos, pai do teatro brasileiro; e de Alberto Torres, político, advogado e jornalista,  ex-governador do estado do Rio de Janeiro e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal.

A economia de Itaboraí se caracteriza por sua diversificação, com destaque para os setores industrial, petroquímico, logístico e de serviços. O município também se destaca como um importante polo de produção agrícola, com destaque para a cana-de-açúcar, o café e a laranja.

Turismo

Itaboraí possui um grande potencial turístico, com belas paisagens naturais, sítios históricos e culturais ricos e eventos que atraem visitantes de todo o país. O desenvolvimento do turismo é um dos principais desafios do município, que deve explorar esse potencial de forma sustentável e responsável.

Contudo, Itaboraí guarda um tesouro arqueológico inestimável: o sítio paleontológico às margens do Lago São José. Lá, em 1986, os fósseis de uma preguiça gigante pré-histórica vieram à luz, revelando um autêntico titã da era glacial.

Essa criatura colossal, que pesava várias toneladas e media cerca de 7 metros de comprimento, viveu há cerca de 5 milhões de anos, contemporânea do homem primitivo. Sua descoberta nos convida a viajar no tempo e imaginar a grandiosidade da vida pré-histórica na região.

Mas os segredos de Itaboraí não se limitam à preguiça gigante. Cemitérios indígenas em Itambi e Visconde, e os sambaquis de Sambaetiba, sussurram histórias de povos ancestrais que habitavam a região, enquanto sítios arqueológicos como o da Caverna do Encanto revelam vestígios de ocupações humanas datadas de milhares de anos.

Itaboraí ostenta um patrimônio histórico e cultural de valor inestimável. O conjunto das ruínas do Convento de São Boa Ventura, tombado pelo IPHAN, se destaca, sobretudo, como um marco da fé e da arquitetura colonial. Iniciado em 1660, o convento foi a quinta construção da Ordem Franciscana no Brasil.

Atualmente, suas ruínas constituem um dos mais belos e importantes conjuntos arquitetônicos religiosos do período, levando-nos a um passado rico em religiosidade e cultura.

Itaboraí é, portanto, um mosaico de belezas naturais, tesouros arqueológicos e um legado histórico. Em suma, um destino imperdível para aqueles que desejam se conectar com a história, a cultura e a exuberância da natureza brasileira.

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