O Brasil era favorito? Sim, tanto que por duas vezes ficou em vantagem no placar. Só que no futebol favoritismo não significa muito – ainda mais quando um time está todo modificado, sofrendo com vários desfalques. Talvez assim se possa entender a derrota da seleção brasileira sub-20 para Israel (3 a 2, na prorrogação), resultado que classificou a equipe israelense para as semifinais do Mundial que está sendo realizado na Argentina e acabou com as esperanças de o Brasil igualar-se aos hermanos com seis títulos.
Claro que a quantidade de desfalques, por contusão e disciplina, pode explicar, em parte, a desclassificação. A equipe comandada por Ramon Menezes entrou em campo com uma defesa totalmente improvisada: o goleiro Mycael, do Athletico Paranaense, não se recuperou e foi uma vez substituído por Kaique (que pegou um pênalti); Arthur, lateral direito, não pôde jogar pelo acúmulo de cartões amarelos; Robert Renan foi expulso contra a República Dominicana; e o lateral esquerdo Kaiki também foi vetado por contusão.
Nada, porém, explica a desatenção que tomava conta do Brasil quando chegava à vantagem. E isso aconteceu duas vezes. Marcos Leonardo abriu o placar aos 10 minutos da segunda etapa – três minutos depois, Khalaili empatou. Na prorrogação, Matheus Nascimento deixou o Brasil outra vez na frente – alegria que durou pouco com o empate de Shibli, dois minutos depois. Nos acréscimos do primeiro tempo da prorrogação, Tugerman colocou Isarael na frente, dando números que seriam finais à partida.
E o placar poderia ser ainda mais favorável a Israel. Jean tocou com a mão na área e foi marcado pênalti – defendido por Kaique, que no rebote derrubou um jogador de Israel. Novo pênalti marcado (incorretamente) e, desta vez, perdido com um chute para fora. Daí até o apito final, o Brasil tentou o empate para levar a decisão da vaga para os pênaltis, mas sem organização.
Israel, mais bem preparado fisicamente, segurou o placar e a vaga para a semifinal, em sua primeira participação no Mundial Sub-20.