Catorze policiais militares do Distrito Federal foram presos nesta segunda-feira (29) por suspeita de torturar um soldado durante um curso de formação do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque). O comandante do batalhão foi afastado do cargo enquanto as investigações continuam.
Segundo o soldado Danilo Martins, ele foi agredido, humilhado e torturado durante oito horas durante o curso para progressão na carreira. As agressões, que o deixaram seis dias internado na UTI, incluíram obrigá-lo a cantar músicas vexatórias, correr com troncos acima da cabeça, fazer flexões em asfalto e brita com punho cerrado, além de receber pauladas na cabeça, chutes no tronco e ter as mãos pisoteadas.
“Quando eles viram que eu não ia desistir, eles iam aumentando a intensidade [das agressões]”, relatou Martins, que está na Polícia Militar desde 2020, mas agora afirma que não pretende retornar à corporação após a violência sofrida. “A partir do momento que sofri isso dentro da corporação […] todo o meu futuro na polícia foi eliminado”, disse.
► Leia mais notícias sobre Brasil aqui
O caso está sendo acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O soldado e sua família foram recebidos pelos deputados da comissão nesta segunda-feira (29).
Enfim, o presidente da comissão, Fábio Felix (Psol), afirmou que os parlamentares cobrarão do governo distrital e do Judiciário a apuração e responsabilização dos envolvidos.
“Não podemos naturalizar isso no serviço público e em nenhuma instituição”, ressaltou o deputado.
Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que não admite desvios de conduta. Assim, irá apurar os fatos de forma criteriosa e imparcial. Sendo assim, seguindo o processo legal e garantindo ampla defesa aos envolvidos.