O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) divulgou, na terça-feira (22), relatos de trabalhadores que estavam na unidade durante o incêndio ocorrido na manhã de segunda-feira. As causas do episódio estão sob investigação por uma comissão montada pela Petrobras.
Segundo os depoimentos colhidos pelo sindicato, o fogo começou em um dos decks de produção, posicionado abaixo do casario onde estão os camarotes e as áreas de alimentação. Por volta das 7h20, um dos empregados ouviu uma explosão logo após sair do local e notou que o piso começava a aquecer. O alarme de emergência foi acionado imediatamente.
O trabalhador relatou que tentou escapar na direção oposta à fumaça, mas encontrou colegas indicando que o fogo estava justamente naquele sentido. O grupo atravessou a fumaça e alcançou o ponto de encontro, onde aguardou pelo resgate enquanto a brigada de incêndio atuava no combate às chamas. A extinção total do fogo levou cerca de quatro horas.
Feridos, evacuação e ação da brigada
Outro petroleiro relatou dificuldades no processo de evacuação. Segundo ele, uma das saídas de emergência estava bloqueada, obrigando a mudança de rota em meio ao incêndio.
“As pessoas que estão a bordo de PCH-1 estão bem e as equipes não essenciais serão preventivamente desembarcadas para que a integridade das instalações seja avaliada. Uma comissão será formada para apurar as causas do incidente”, informou a Petrobras em nota.
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Ainda segundo a companhia, 14 trabalhadores ficaram feridos, dos quais oito continuam internados com estado de saúde estável. O Sindipetro-NF aponta um total de 32 vítimas: 14 com queimaduras e 18 afetados por inalação de fumaça.
Um dos funcionários chegou a cair no mar no momento da explosão, sendo resgatado com queimaduras leves e encaminhado, consciente, a uma embarcação de apoio e, posteriormente, ao hospital.
Detalhes da ocorrência e contexto da unidade
A plataforma PCH-1 está localizada a cerca de 130 quilômetros da costa de Macaé. No momento do incêndio, 176 trabalhadores estavam a bordo. A Petrobras esclareceu que a unidade não produz petróleo desde o ano de 2020. Apesar disso, as instalações permanecem operacionais para outras atividades.
O episódio mobilizou equipes de emergência, sindicatos e a administração da estatal. A investigação interna deverá apurar as causas, condições de trabalho e rotas de fuga, além de identificar possíveis falhas operacionais.