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Historiador Victor Andrade de Melo escreve biografia inédita de Niterói com seis vidas e mil histórias

Foto de Victor Andrade segurando o livro ‘As seis vidas de Niterói’, Biografia em lançamento na UFF e na Livraria Folha Seca

Historiador e escritor Victor Andrade de Melo lança biografia sobre as seis vidas de Niterói, onde a cidade figura como personagem viva e contraditória | Thiago Freitas

Niterói está viva – e são muitas vidas, principalmente nos capítulos e frases do escritor e historiador Victor Andrade de Melo, que mergulham na alma da cidade com o livro “As seis vidas de Niterói: uma biografia”, publicado pela Sophia Editora. O lançamento acontece no dia 26 de junho (quarta-feira), às 18h, na Biblioteca Central do Gragoatá (UFF), com entrada gratuita. Em seguida, haverá outro lançamento no Centro do Rio, dia 1º de julho, na Livraria Folha Seca.

A obra traça uma trajetória crítica, afetiva e profunda da cidade, da antiga aldeia indígena à Niterói contemporânea, passando por marcos como a Revolta da Armada, o aldeamento forçado de Arariboia, as crises políticas e as reconfigurações urbanas.

Victor Andrade de Melo é carioca de origem,  mas veio morar recentemente em Niterói. Professor da UFRJ e especialista em história urbana, com foco em identidades e transformações das cidades, está lançando seu nono livro. Ele  construiu o texto de “As seis vidas de Niterói: uma biografia” com base documental sólida, mas em linguagem acessível.

Foto do Historiador e escritor Victor Andrade, autor da biografia "As seis vidas de Niterói", sentado defronte à Paróquia de São Sebastião, em Itaipu, em lançamento na UFF e na Livraria Folha Seca

Historiador e escritor Victor Andrade de Melo, autor da biografia “As seis vidas de Niterói”, sentado defronte à Paróquia de São Sebastião, em Itaipu | Thiago Freitas

Em resumo, tratam-se de seis capítulos, que reúnem seis vidas. Cada qual refletindo metamorfoses urbanas, sociais e culturais de Niterói.

“Amar uma cidade também é estranhá-la. É reconhecer seus conflitos e desejar que ela seja melhor para todos, não só para quem já tem privilégios”, afirma o autor.

Outro ponto forte do livro está no foco na oralidade, na memória popular, assim como na participação de negros, operários e mulheres na construção da cidade.

“Quis narrar uma história múltipla”, justifica.

Autor aborda relação entre Niterói e Rio de Janeiro

Desse modo, as abordagens críticas de Victor Andrade de Melo dialogam de forma plenamente harmoniosa com as passagens grifadas de afeto e amor no livro. Sobretudo, em um dos pontos mais sensíveis da resenha da autoafirmação de Niterói como cidade diante do Rio de Janeiro, desfazendo os conceitos pejorativos de algumas pessoas que veem a relação entre as duas cidades à distância da realidade cotidiana.

Imagem do historiador e escritor Victor Andrade de Melo, no Parque Orla Piratininga, às margens da lagoa, com o Rio de Janeiro ao fundo, mostra o diálogo natural da cidade com o Rio de Janeiro, conforme abordado por ele na biografia "As seis vidas de Niterói" | Thiago Freitas

Imagem do historiador e escritor Victor Andrade de Melo, no Parque Orla Piratininga, às margens da lagoa, com o Rio de Janeiro ao fundo, mostra o diálogo natural da cidade com o Rio de Janeiro, conforme abordado por ele na biografia “As seis vidas de Niterói” | Thiago Freitas

“Eu trato essa relação não como rivalidade, mas como diálogo constante sem submissão”, diz Victor Andrade de Melo.

Afinal, Niterói — antiga capital fluminense — sempre esteve distante de ser um subúrbio do Rio de Janeiro. Na visão da obra biográfica, isso se comprova através de aspectos do regionalismo da população, vinculados a sentimentos de pertencimento. Por exemplo, pela capacidade de mobilização cultural de Niterói.

“O desafio de Niterói sempre foi construir uma identidade que não a reduzisse a um subúrbio do Rio, mas sim a afirmasse como cidade autônoma”, pondera o autor.

Em suma, a relação com o Rio de Janeiro perpassa toda narrativa do livro. Victor Andrade de Melo argumenta que, do ponto de vista histórico, há que se compreender as duas cidades em conjunto. Fala, alegoricamente, numa “experiência guanabarina” para descrever o modo como Rio e Niterói dialogam.

“Do ponto de vista sentimental, é uma relação muito mais de irmãs ou de amantes do que de rivais”, aduz.

Além das páginas

Por fim, o autor deseja que o livro sirva para informar a população sobre Niterói.

“Se as pessoas gostarem mais da cidade depois de ler… muito legal. Se desenvolverem um olhar mais crítico, aí sim o livro cumpriu seu papel, conclui.

Serviço – Lançamentos de “As seis vidas de Niterói: uma biografia”

  • Niterói – 26 de junho, às 18h – Biblioteca Central do Gragoatá (UFF)
  • Rio de Janeiro – 1º de julho, às 18h – Livraria Folha Seca (Rua do Ouvidor, 37)
  • Livro disponível em: sophiaeditora.com.br

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