
Créditos: Agência Brasil
O fechamento de lixões, medida crucial para o meio ambiente, pode desencadear um problema social grave: o desemprego dos catadores de materiais recicláveis. Para evitar essa situação e impulsionar o reaproveitamento de resíduos, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) planeja endurecer as regras da logística reversa, exigindo que as empresas industriais se responsabilizem pela recuperação de seus produtos.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil conta com cerca de 400 mil catadores, muitos deles em condições precárias de trabalho nos aproximadamente 1,5 mil lixões ainda ativos pelo país. O desafio é encontrar alternativas de emprego para esses profissionais quando os lixões forem fechados.
O MMA visa promover uma conexão mais efetiva entre setores econômicos, como a indústria, por meio da educação e da adoção de práticas sustentáveis. A iniciativa se alinha com os esforços da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para capacitar as empresas em melhores técnicas de gestão, tecnologias da indústria 4.0 e inovação.
Um dos principais focos será a regulamentação mais rigorosa da logística reversa, que atualmente é estabelecida principalmente por meio de acordos setoriais entre empresas e entidades. O secretário de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf, anunciou que serão elaborados decretos para transformar esses acordos em obrigações legais.
Esses decretos visam garantir que as empresas sejam responsáveis pela coleta e destinação adequada de seus resíduos, reduzindo o impacto ambiental e protegendo os catadores. O objetivo é aumentar a reciclagem e aliviar a pressão sobre as prefeituras, que muitas vezes são sobrecarregadas com a gestão inadequada dos resíduos sólidos.
O projeto também inclui investimentos em capacitação e infraestrutura para cooperativas de catadores, visando tornar o processo de reciclagem mais eficiente e econômico. Essas medidas representam um passo importante na direção de uma economia mais sustentável e responsável, onde a proteção ambiental anda de mãos dadas com o desenvolvimento social.