Especialistas em segurança digital identificaram um novo golpe envolvendo o saque do PIS/Pasep. A fraude, que já utiliza ao menos nove domínios maliciosos, simula um processo oficial de consulta e liberação de valores esquecidos. O objetivo dos criminosos é obter dados pessoais e realizar cobranças indevidas por meio de transferências via Pix.
Segundo a empresa Kaspersky, uma das vítimas teve seu CPF consultado em um site falso, que exigiu o pagamento de uma suposta taxa para liberação do saldo. O golpe utiliza elementos como áudios e vídeos de uma mulher que se apresenta como funcionária do benefício, buscando conferir mais realismo à fraude.
Golpe utiliza visual semelhante ao site gov.br
A armadilha começa quando a vítima acessa um site que imita a identidade visual do gov.br. Na página, o usuário é induzido a digitar seu nome e CPF para realizar uma consulta sobre possíveis valores a serem sacados. Em seguida, o sistema fraudulento retorna informações reais associadas ao CPF e exibe um vídeo falso.
Esse vídeo apresenta uma mulher identificada como assistente do saque, orientando o usuário em cada etapa. O site ainda solicita dados adicionais, como nome da mãe e estado civil, até simular a aprovação do saque.
Etapas do golpe terminam em cobrança
Após informar a chave Pix, a vítima é direcionada a um novo site. A página solicita o pagamento de uma taxa de R$ 69,99, apresentada como “indenização governamental” para a liberação do valor. Com a cobrança gerada, o sistema exige que a transferência via Pix seja feita imediatamente.
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O site inclui depoimentos falsos de outras pessoas, com elogios e relatos sobre como conseguiram realizar o saque. Tudo é feito para convencer o usuário de que se trata de um procedimento legítimo.
Golpistas exploram confiança no saque do PIS/Pasep
Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, explica que os cibercriminosos se aproveitam do interesse gerado em torno do PIS/Pasep.
“Eles criam sites falsos que imitam os canais oficiais, com o objetivo de receber transferências via PIX como ‘taxa’ de recuperação do dinheiro, além da possibilidade de roubar os dados pessoais cadastrados”, afirma.
“Apesar do golpe não ser tão complexo, com aquele velho esquema de recebimento de algum dinheiro esquecido, ainda é preciso divulgar para que as pessoas se conscientizem e evitem cair nesse tipo de cilada. A Kaspersky continuará monitorando a situação para identificar e neutralizar novos golpes, mas é crucial que os todos estejam cientes dos riscos e saibam o caminho correto para conferir sobre esse saque”, ressalta Assolini.
Recomendações para evitar o golpe
A Kaspersky orienta que as pessoas utilizem somente os canais oficiais, como o site Repis Cidadão, lançado pelo Ministério da Fazenda, ou o aplicativo do FGTS. Mensagens com promessas de facilidade no saque devem ser ignoradas.
É essencial verificar a autenticidade de cada site acessado. Páginas com erros ortográficos ou domínios incomuns são indícios de fraude. Outro ponto importante é manter um antivírus confiável instalado e atualizado no dispositivo.
O caso segue sendo monitorado por especialistas em segurança digital. A população é alertada para não realizar pagamentos e nem fornecer informações pessoais fora das plataformas reconhecidas pelo governo.