Maior nome da ginástica artística brasileira e dono de duas medalhas olímpicas, Arthur Zanetti oficializou neste domingo (11) sua aposentadoria do esporte. Aos 34 anos, o atleta decidiu encerrar sua trajetória antes dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, destacando questões de saúde e bem-estar.
“Chegou o ponto final na carreira de atleta. Por mim, eu continuaria muito mais tempo, mas é preciso bom senso, tanto da mente quanto do corpo. Eu decidi. É difícil, mas preciso respeitar os sinais do meu corpo. Não quero outras lesões ou limitações no futuro”, declarou Zanetti em entrevista ao programa ‘Esporte Espetacular’, da TV Globo.
A decisão, segundo ele, foi amadurecida ao longo do último ano, com o apoio de seu técnico, Marcos Goto, familiares e amigos.
“Estava sempre naquela indecisão, mas no ano passado sentei com minha equipe e com minha família. Decidimos que o melhor seria parar e seguir outro caminho na vida”, completou.
O primeiro ouro olímpico na ginástica brasileira
Arthur Zanetti marcou a história do esporte brasileiro ao conquistar o primeiro ouro olímpico do país na ginástica artística, nas argolas, durante os Jogos de Londres-2012. A vitória também foi um marco para a América Latina, sendo a primeira medalha de ouro na ginástica em qualquer categoria.
“Foi a maior conquista da minha carreira. Estarei para sempre gravado como campeão olímpico. O ouro de Londres-2012 foi algo único”, relembrou Zanetti, emocionado.
O atleta também brilhou em competições internacionais, conquistando um ouro e três pratas em Mundiais, além de seis medalhas em Jogos Pan-Americanos — três ouros e três pratas. Sua carreira consolidou seu nome como um dos maiores atletas das argolas.
O impacto das lesões na decisão
Apesar do desejo de buscar uma vaga em Paris-2024, uma sequência de lesões, incluindo uma cirurgia no braço esquerdo, dificultou os planos de Zanetti. Mesmo após a recuperação, ele percebeu que o corpo não respondia como antes.
“Logo após a cirurgia, eu disse: ‘Quero continuar’. Comecei a treinar, mas vi que meu corpo já não estava no mesmo ritmo. Foi um basta. Percebi que já tinha feito tudo o que precisava. Agora, é hora de olhar para frente e contribuir de outra forma para a ginástica”, explicou o atleta.
Um futuro ligado à ginástica
Zanetti, que já atuou como comentarista e árbitro, pretende seguir no esporte como professor e treinador. Ele foi convidado para dar treinos no ginásio de São Caetano do Sul, sua cidade natal. Com 27 anos de dedicação à ginástica, o ex-atleta reforçou seu compromisso com o desenvolvimento da modalidade no Brasil.
“Foram 27 anos da minha vida dedicados a você, ginástica. E serão outras dezenas de anos ainda. Pode contar comigo”, afirmou Zanetti, encerrando a entrevista com um tom de gratidão e esperança.