Antes de tudo, a gravidez é uma experiência única e repleta de desafios, e para as mulheres que usam cadeira de rodas, essa jornada pode envolver considerações especiais.
Desde já, nesta matéria, exploraremos as nuances da gestação em cadeirantes, compartilhando informações essenciais e um relato inspirador de quem viveu essa experiência em primeira mão.
Cuidados Pré-Concepcionais e Preparação:
Antes mesmo da concepção, é fundamental que as mulheres em cadeira de rodas discutam suas intenções de engravidar com profissionais de saúde.
Além disso, uma avaliação da saúde geral, ajustes na medicação, se necessário, e a criação de um plano pré-natal são passos importantes.
Adaptações e Mobilidade Durante a Gestação:
Da mesma forma, durante a gravidez, a adaptação é a chave.
Por exemplo, cadeiras de rodas podem ser ajustadas para acomodar o crescimento da barriga, e podem ser necessárias modificações na residência para garantir a segurança e o conforto.
Apoio Emocional e Mental:
Ao passo que a gravidez é um turbilhão de emoções para todas as mulheres, as cadeirantes podem enfrentar preocupações adicionais relacionadas à independência.
Portanto, Buscar apoio emocional de entes queridos e profissionais de saúde mental é fundamental.
Posições para o Parto e Pós-Parto:
A discussão sobre a posição ideal para o parto é importante e deve levar em conta as necessidades individuais da mulher.
Após o nascimento, ajustes adicionais podem ser necessários para cuidar do bebê de forma acessível.
Por fim, a gestação em cadeira de rodas é uma jornada de força, resiliência e adaptação.
Com cuidados médicos apropriados, apoio emocional e ajustes práticos, as mulheres cadeirantes podem enfrentar os desafios da maternidade com determinação e amor.
Veremos a seguir o relato e história de empoderamento da sexóloga e especialista no assunto Priscilla Souza.
“Um Relato Inspirador: Os estigmas sobre a gravidez de cadeirantes em uma sociedade capacitista.
“Sexo não é para você”, “não vai conseguir cuidar”, “não deveria” e “a criança vai nascer com deficiência”, são alguns comentários que mulheres em cadeiras de rodas ouvem quando falam sobre a possibilidade de ter filhos, além dos olhares de julgamento nos ambientes que frequentam.
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Tais constrangimentos caracterizam capacitismo, termo utilizado para se referir a discriminação de pessoas com diversidade funcional, ainda persistente no cotidiano.
Priscilla Souza, sexóloga e especialista no assunto, luta para que esse preconceito acabe. Pioneira no debate do tema vem ganhando popularidade na mídia por seu trabalho acerca da sexualidade de pessoas com deficiência.
É também terapeuta comportamental e revela que já conviveu com alguns casos de grávidas cadeirantes.
Sobre a discriminação, Priscilla afirma: “O maior obstáculo é o preconceito e a falta de preparo de alguns profissionais de saúde para receber essas mulheres”.
(Priscilla Souza é formada em psicologia pela UNESP Bauru, pós-graduada em terapia comportamental pela UFSCAR e sexóloga pelo Instituto Casal Tessarioli)
Esse estigma gera um conflito no entendimento social sobre a gestação e a vida sexual dessas pessoas.
Afinal, a condição da mãe ou do pai pode ser reproduzida no filho?
Priscilla responde: “ Temos que saber também qual é a deficiência para entendermos os comprometimentos desta. Se é congênita, por exemplo, a minha, eu tenho 100% de chance de passar o gene da minha deficiência para o bebê.
Ele leva o gene porque a minha patologia é recessiva.
Quando não é congênita, não passa para o bebê. Não são todos que vão ter filhos cadeirantes. Até mesmo quem tem deficiência congênita, pode ter filhos sem, é relativo.
“Ninguém é igual a ninguém, e os cadeirantes também são diferentes”.
Ressalta ainda que mulheres nessa situação devem passar por todo o processo comum de avaliação quando desejam engravidar e que devem cobrar de seus médicos, acessibilidade e um melhor preparo para recebê-las.
Contato da Priscilla:
https://www.instagram.com/priscillasouzapsicologa/?igshid=NTdlMDg3MTY%3D
O dia da gestante é comemorado no próximo dia 15 de agosto e mais do que nunca precisamos abordar as diferentes formas de ser mãe.
Até a próxima, beijo e Tchaaaau!!