Fraudes em pensões e aposentadorias na UFRJ na mira de operação da PF
Fraudes em pensões e aposentadorias na UFRJ: PF faz operação no RJ e SP. Operação Capgras cumpre mandados de prisão e busca e apreensão após queixa-crime de pensionista lesada.
Da Redação, André Freitas, diretor-executivo e repórter (publicado em: 30/10/2025, às 7h59 | Atualização às 8h57) — Na manhã desta quinta-feira (30), a Polícia Federal — PF deflagrou a Operação “Capgras” para desarticular um esquema que desviava pensões e benefícios de servidores falecidos da UFRJ. Por isso, agentes estão nas ruas para cumprir ordens judiciais após investigações coordenadas pela Unidade de Investigações Sensíveis da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários. Também, com o apoio do Núcleo de Identificação da PF no Rio de Janeiro.
Conforme informa a PF, as investigações indicam movimentações de cerca de R$ 22 milhões entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024. De acordo com nossa apuração, essa investigação somente teve início porque uma pensionista apresentou uma notícia-crime. Uma pessoa teria se passado como filho da vítima para dividir o valor do benefício. Todavia, tratava-se de pessoa inexistente.
Como resultado, a UFRJ abriu auditoria interna e levantou casos semelhantes. A instituição estima ter sofrido um prejuízo na ordem de de R$ 1,2 milhão.
Prisões
A operação ocorre para o cumprimento de cinco mandados de prisão preventiva e, ainda 23 de busca e apreensão. Logo, os agentes percorrem endereços em diversos bairros do Rio de Paneiro. Por exemplo, Barra da Tijuca, Recreio, Piedade, Inhoaíba e Senador Camará.
No endereço da Barra, imagens do cumprimento de mandado na residência de um dos alvos mostra muito dinheiro em espécie, joias, relógios de luxo… A fartura de evidências vai além disso, pois também haviam celulares, veículos, cofres, máquina de contar dinheiro e documentos. Tudo apreendido.
Objetos de valor encontrados na casa de um dos alvos da operação. Endereço fica em condomínio de luxo, na Barra da Tijuca, no Rio
Ainda assim, há mandados cujo cumprimento acontece em outras cidades fluminenes: Nova Iguaçu, Nilópolis e Mangaratiba.
Até então, já há confirmação da prisão de quatro pessoas. Três delas no estado do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca, Inhoaíba e Nilópolis) e uma em São Paulo (Mogi da Cruzes).
Escritório 171
Todavia, um escritório da ação criminosa fica em Mogi das Cruzes, no estado de São Paulo. Ao chegarem nesta casa, os policiais federais os policiais encontraram grande estrutura montada, com diversas estações de trabalho. Neste local, em resumo, a PF apreendeu computadores, arquivos, documentos e planilhas. Enfim, até mesmo anotações que revelam as práticas criminosas da organização.
Documentos comprometedores apreendidos na casa de um dos alvos da operação em Mogi das Cruzes, SP.
Laranjada
Os membros do grupo se valiam de documentação para se passarem por familiares de ex-professores, ludibriando a instituição.
O esquema envolvia o uso de documentação fraudulenta. Desse modo, membros da quadrilha se passavam por familiares de beneficiários da previdência da UFRJ, ludibriando a instituição. habilitação de beneficiários inexistentes em pensões de ex-professores. Partes dos valores tinha direcionamento por meio de “laranjas” por meio de empresas de fachada. Tudo, segundo a PF, para ocultar a origem e, ao mesmo tempo, o destino dos recursos.
Além disso, as apurações identificaram um a incidência de diversos crimes. Por exemplo, fraudes bancárias, golpes previdenciários e indícios de lavagem de dinheiro.
Envolvimento de facção criminosa
Há indícios de que parte dos recursos pode ter servido a pessoas ligadas à cúpula de uma facção criminosa atuante no estado. Por isso, a Polícia Federal não descarta que pessoas ligadas a outros órgãos públicos, eventualmente, tenham sido vítimas de golpe semelhante.
Os investigados, em suma, devem responder por falsificação de documento público, estelionato contra ente público federal, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Por fim, a operação segue em curso, e as diligências podem gerar novos desdobramentos.
