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Fornecimento de cannabidiol pelo SUS traz esperança aos fluminenses

Sancionado pelo governador Cláudio Castro há uma semana, no dia 4 de dezembro, a lei que permite através do SUS o fornecimento gratuito de medicamentos à base de cannabis traz esperança para quem precisa do remédio.

De autoria do deputado estadual Carlos Minc, o Projeto de Lei 10.201/2023 estabelece que o estado do Rio deve fornecer sem custos esse remédio a quem não dispões de condições financeiras para comprá-lo.

Liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o canabidiol (CBD) e tetra-hidrocanabinol (THC) são indicados para 12 tipos de doenças, incluindo o auxílio no tratamento a quem tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). E lei estadual pode ajudar consideravelmente na economia das famílias que precisam comprar esses medicamentos.

Atualmente, um vidro de 30 ml pode custar até R$ 600 nas farmácias. E Alice Santana sabe as dificuldades da manutenção desse tratamento. Mãe do pequeno Antonio, de 4, que é autista, ela explica como o cannabidiol fez diferença na vida do filho.

“O cannabidiol é o nosso grande desafio, porque ele é muito caro. Até se eu for pedi-lo diretamente no laboratório mais barato, o preço é caríssimo e fica muito difícil manter esse custo todos os meses. Faço um grande sacrifício para que o meu filho receba a medicação diariamente. Ele faz uso a cada 12 horas e é visível a diferença do antes para o depois”, conta.

Alice relembra que deixou Antonio um mês sem o remédio por não ter condições de comprá-lo. Ela relembra as dificuldades que passou.

“Em apenas um mês que meu filho ficou sem o remédio houve uma regressão muito grande no tratamento. O comportamento dele parecia não ter controle. Quando voltei com o medicamento, a situação melhorou em poucos dias. Sem o canabidiol, com certeza o meu filho estaria muito mais atrasado do que ele já está”, explicou.

Quem também celebra a lei é a presidente da associação brasileira de acesso a cannabis medicinal do Rio de Janeiro abra Rio, Marilene Oliveira. Sediada em Niterói, a associação foi criada para ajudar mães que passavam pela mesma situação.

No caso de Marilene, ela relembra as crises que o filho Lucas sofria por causa da Síndrome de Rasmussen, responsável por causar, entre outros problemas, epilepsia e deterioração intelectual. Assim como Antonio, a situação do jovem melhorou após o uso de cannabidiol.

“Que esse tema ele possa se expandir cada vez mais e que a gente possa alcançar as pessoas que mais precisam . Isso é o que eu venho buscando fazer através da AbraRio, uma associação que nasceu através da história de vida do meu filho, que foi uma criança que, se não fosse uma associação, não teria tido acesso a esse tratamento. Por tudo isso resolvi fundar a AbraRio”, explica.

Marilene reforça que vários profissionais atuam no projeto com o intuito de combater a desinformação que existe sobre o tema.

“Nós temos uma equipe técnica formada por farmacêuticos químicos, engenheiro agrônomo, entre outros, que são as pessoas responsáveis por esses produtos. Todo o material passa por uma análise, tanto de um laboratório privado quanto através da Unicamp, que é uma das nossas grandes parceiras hoje, para que a gente possa dar um remédio de qualidade para os nossos associados. E temos também parceria com diversas instituições, como Fiocruz, UFF, UFRJ, entre outras, com o objetivo de levar não só o acesso ao tratamento, mas também acesso ao conhecimento e pesquisa”, conta.

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