
Placar do Lincoln Financial Field mostra duas coisas: o placar final do jogo — Flamengo 3 x 1 Chelsea — e que o futebol brasileiro merece muito respeito | Gilvan de Souza/Flamengo
Flamengo 3 x 1 Chelsea: o placar, além de expressivo representa muito mais do que números. Na tarde desta sexta-feira, no Lincoln Financial Field, na Filadélfia, o Flamengo deu mais uma prova de que o futebol brasileiro segue imponente e que merece respeito. A vitória sobre a equipe inglesa, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes da FIFA™, carrega peso simbólico e técnico. Ela confronta um discurso dominante, apesar de inverídico: o de que o futebol jogado na Europa é, atualmente, inalcançável.

Danilo e Bruno Henrique, autores dos gols que viraram o jogo contra o Chelsea | Gilvan de Souza/CRF
O Chelsea, campeão da Champions League 2020/21 e atual vencedor da Liga Conferência da UEFA, chegou com status de favorito. Com um elenco milionário e uma camisa pesada no continente europeu, os ingleses acreditavam que a imposição física e tática seria suficiente para controlar o jogo. Porém, a lógica também perdeu.
Havia, do outro lado, um Flamengo bicampeão da Copa Libertadores da América nos anos de 2019 e 2022, dono de uma torcida continental e com um DNA ofensivo. Um time sob comando técnico eficiente de um recente ex-atleta, cuja visão mostrou que o futebol se joga com mais do que estrutura: se joga com alma, com coragem e com inteligência coletiva.
Juntamente com o Botafogo — que ontem venceu com autoridade o Paris Saint-Germain, o Flamengo tem 100% de aproveitamento na competição. Já o Palmeiras — que soma quatro pontos — lidera seu grupo, e o Fluminense, jogando em altíssimo nível, massacrou o Borússia Dortmund na primeira rodada. Ambos tem tudo para se classificar muito bem.
Primeiro tempo: início turbulento e despertar rubro-negro
Aos 13 minutos, Pedro Neto abriu o placar para o Chelsea, após uma falha de cobertura defensiva envolvendo Wesley e Pulgar. O Flamengo parecia ainda se adaptar ao jogo e aos movimentos rápidos do meio-campo inglês. Todavia, a partir dos 20 minutos, o time de Filipe Luís ajustou a marcação, começou a ocupar melhor os espaços e criou volume ofensivo.

Lateral-direito Wesley, visivelmente nervoso, entregou a paçoca após Pulgar pisar no tomate | Gilvan de Souza/CRF
A posse de bola, embora equilibrada (49% x 40%), começou a se transformar em território. Ao todo, o Flamengo finalizou 15 vezes, contra 11 do Chelsea — e com 9 dessas finalizações indo no alvo.
Virada com precisão cirúrgica

Finalização precisa de Bruno Henrique coloca tudo igual no placar | Gilvan de Souza/CRF
Aos 62 minutos, Bruno Henrique empatou o jogo, após linda assistência de Gonzalo Plata. Em contrapartida, o empate desmontou o psicológico do Chelsea. Ao mesmo tempo, o Flamengo cresceu.

Danilo faz o segundo gol e Bruno Henrique chega para comemorar | Gilvan de Souza/CRF
Três minutos depois, Danilo virou o placar, recebendo de Bruno Henrique em uma jogada bem trabalhada, de pé em pé, com transição rápida. Aos 83, Wallace Yan — que tinha acabado de entrar — cravou o terceiro, também em assistência de Plata, consolidando uma vitória com assinatura coletiva: três gols e cinco atletas participando diretamente das jogadas.

Jovem Wallace Yan tinha acabado de entrar e deu números finais ao placar em favor do Flamengo | Gilvan de Souza/CRF
Tática e entrega: o diferencial brasileiro
A superioridade do Flamengo não se mediu apenas em gols. Vejamos as estatísticas:
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18 erros forçados no adversário (contra 20 do Chelsea)
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15 faltas recebidas (contra 14)
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409 passes completados (contra 391)
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Mais escanteios (8 contra 5)
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E mais chutes de fora da área (6 contra 3)
Além disso, Plata foi o líder em assistências e finalizações, enquanto Jorginho teve a maior média de passes certos (63). Os experientes Danilo e Bruno Henrique, mostraram poder de decisão. Por outro lado, Michael, mesmo com pouco tempo, trouxe velocidade com média de 9,05 km/h em campo.
A leitura tática de Filipe Luís merece destaque. O ex-lateral montou uma equipe reativa, com saídas rápidas e troca de posições ofensivas que confundiram a linha de três zagueiros ingleses.
Mais do que futebol: um recado ao mundo
Essa vitória não apenas coloca o Flamengo mais perto das oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, mas ecoa um recado. O futebol brasileiro, tantas vezes questionado por sua organização, segue revelando talentos, vencendo adversidades e derrubando gigantes.
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O Chelsea, apesar de ter perdido o jogo, não está eliminado, nem se trata de um time qualquer. Ainda soma três pontos na competição e pode continuar na segunda colocação do grupo, dependendo do resultado do jogo entre Los Angeles (EUA) x Espérança (TUN), hoje, 19h. Mas foi superado por um Flamengo que soube ser técnico, físico, emocional e tático ao mesmo tempo. O futebol sul-americano forte, vivo e merece respeito, e o Brasil segue soberano: Afinal, não temos 5 estrelas no peito da camisa de nossa seleção à toa.
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