
Foto: Geraldo Magela
A PF cumpre mandado de busca e apreensão nesta segunda- feira (29), na residência de Carlos Bolsonaro e na Câmara Municipal do Rio.
A operação tem por objetivo apurar ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo do ex- presidente Jair Bolsonaro. O vereador que é um dos alvos da operação, também pode ter sua equipe de assessoria investigada.
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Segundo as investigações, Abin foi usada para monitorar de forma ilegal, uma série de autoridades, pessoas envolvidas em investigações e alguns possíveis desafetos de Bolsonaro.
Entre as autoridades espionadas estão a ex-deputada Joice Hasselmann, o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT) e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia.
O uso indevido da Abin teria ocorrido quando o órgão ainda era chefiado por Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado de Bolsonaro que, atualmente, é deputado federal.
STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, afirmou que o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, utilizou o órgão para fazer espionagem ilegal como forma de favorecer a família de Jair Bolsonaro (PL).
ABIN
A Agência Brasileira de Inteligência foi criada em 7 de dezembro de 1999, pela lei 9.883/1999, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, para substituir o extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), que era responsável por atividades de informações e contra informações durante o período da ditadura militar.
A Abin é a principal responsável por tais atividades:
- planejar e executar ações, incluindo as sigilosas, para obtenção de dados destinados a assessorar o Presidente da República;
- planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis que sejam relativos à segurança do Estado e da sociedade;
- avaliar ameaças, “internas e externas”, à ordem constitucional;
- realizar estudos e pesquisas para o exercício e desenvolvimento de atividades de inteligência.
A lei define que a Abin deve ser controlada e fiscalizada pelo Poder Legislativo, por meio de uma comissão formada pelos líderes da maioria e da minoria da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Além dos presidentes das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional das duas casas legislativas.
O caso é mais um dos escândalos políticos que rodeiam a família Bolsonaro.
Natalie Vitorino