Festa em São Gonçalo exalta Rabicó do Comando Vermelho

Em um flagrante desafio às autoridades, o traficante Antônio Ilário Ferreira, o “Rabicó”, chefe do tráfico no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, celebrou seus 61 anos em grande estilo. Uma festa de arromba, regada a fogos de artifício, balão personalizado e homenagens à facção Comando Vermelho, marcou o fim de semana do criminoso, que é um dos mais procurados do país.

Apoteose do crime

Imagens que circulam nas redes sociais mostram a magnitude da festança, que aconteceu entre sexta-feira (14) e sábado (15). Um balão iluminado com as iniciais “CV Sal” subiu aos céus, enquanto fogos de artifício ecoavam pela comunidade.

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Segundo informações, a festa teve planejamento meticuloso, para evitar a presença da polícia. Nesse sentido, lideranças do Comando Vermelho proibiram o uso de telefones para comunicação sobre o evento. De igual forma, moradores locais receberam a “orientação” de manter sigilo sobre os festejos.

Poder paralelo

A ostentação de Rabicó, acima de tudo, deixa em evidência o poder paralelo que o tráfico de drogas exerce em áreas dominadas pelo crime.

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A rota segura usada pelo traficante para entrar e sair da comunidade, segundo informações, se trata da Estrada da Comperj.

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Em suma, uma rodovia bilionária que deveria escoar cargas para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí. Entretanto, a obra inacabada se tornou rota de transporte de drogas entre diversas comunidades. E o seu percurso, de 18km, tem início no píer da Praia da Beira, em Itaóca, e vai até o Comperj, em Itaboraí, passando por dentro de diversas comunidades dominadas pelo Comando Vermelho.

Onde está a segurança?

A festa de Rarbicó levanta questionamentos sobre a atuação das forças de segurança na região. Principalmente, por sua data de aniversário ter habituais celebrações a cada ano na comunidade.

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Diante disso, torna-se inevitável não questionar como um criminoso procurado pela justiça consegue promover tal evento sem nenhum incômodo? A comunidade, acuada pelo medo, cala-se por medo. Afinal, está evidente quem dita a lei e a ordem por lá.

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Soltar balão é crime

Cabe ressaltar que a prática de soltar balões é crime (artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98) e causa acidentes graves. Ele pode cair aceso em florestas e residências, produzindo grandes prejuízos patrimoniais, ameaça ao meio ambiente e até mesmo colocando a integridade física e a vida das pessoas em risco.

A ameaça representada pelos balões é irrestrita, atinge instalações industriais, como as refinarias de petróleo. Nesses casos, provocam incêndios em tanques e áreas adjacentes e até no espaço aéreo os balões podem provocar acidentes.

Embora o Código Florestal estabeleça, desde 1965, a soltura de balões como contravenção, tais artefatos continuam devastando grandes áreas verdes. Geralmente entre os meses de abril e junho são contabilizados os maiores casos, período em que se iniciam os preparativos em homenagem a São Jorge, dia das mães e também das festas juninas. O problema é ainda agravado pela menor umidade do ar no outono.