
Destruição do local após explosão em fábrica no Norte do Espírito Santo | Reprodução
Uma explosão em fábrica de sólidos inflamáveis no Espírito Santo matou um homem e deixou outro gravemente ferido. O acidente ocorreu nesta quarta-feira (21), em uma unidade termoquímica localizada em São Mateus, no Norte capixaba.
Segundo as autoridades, o local produz um composto de queima lenta usado para romper rochas e concreto — um produto considerado mais seguro que a dinamite, mas ainda assim letal.
A vítima ferida foi levada de helicóptero até o Hospital Estadual Jayme Santos Neves, na Serra. O homem sofreu queimaduras severas e segue internado em estado grave. A unidade hospitalar é referência no tratamento de queimados no estado.
A tragédia aconteceu em um galpão recém-construído e regulamentado pelo Exército brasileiro. Apenas dois funcionários estavam no local no momento da explosão. Ambos possuíam seguro de vida, segundo a empresa responsável, que também informou estar prestando apoio às famílias.
Falha humana pode ter provocado o acidente
O representante legal da empresa Verde-Oliva Indústria Termoquímica negou que tenha ocorrido uma explosão. Segundo ele, houve apenas o rompimento de gás gerado por estímulo mecânico, “provavelmente causado por falha humana”. Apesar da tentativa de minimizar a tragédia, o impacto foi devastador. A planta, que opera há pouco mais de um ano, agora será alvo de investigação tripla.
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Peritos do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil e do Exército foram enviados ao local. Eles devem trabalhar juntos para identificar o que provocou o estouro.
Enquanto isso, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES) recomendou a interdição cautelar das instalações. Técnicos realizarão uma vistoria nesta quinta-feira (22) para apurar as condições estruturais da fábrica.
Risco de contaminação ambiental será investigado
A vistoria do Crea não ficará restrita ao interior do galpão. O órgão pretende avaliar possíveis contaminações no solo e no ar no entorno da unidade.
“É importante frisar que, por ainda haver potencial presença de resíduos químicos no ar e no solo, nossas análises não se limitarão à parte interna da fábrica, mas atingirão todo o entorno. Nosso objetivo é verificar se houve contaminações e se a região está segura”, informou o Conselho.
O impacto da explosão — ou do rompimento de gás, como prefere a empresa — transcende o drama das vítimas. Ele levanta questões sobre segurança industrial, protocolos de emergência e fiscalização em instalações que lidam com substâncias potencialmente perigosas.