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Ex-PM do Bope é preso na Muzema acusado de treinar traficantes do CV

Ex-PM do Bope é preso na Muzema acusado de treinar traficantes do CV | Reprodução

Um ex-policial militar do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), identificado como Ronny Pessanha de Oliveira, foi preso nesta segunda-feira (24) durante uma operação conjunta das polícias Civil e Militar na Muzema, Zona Oeste do Rio.

Ele era o principal alvo da ação, acusado de envolvimento com o tráfico de drogas e de ser responsável por treinar traficantes do Comando Vermelho (CV).

Ligações com o Comando Vermelho e outros crimes

De acordo com as investigações, Ronny Pessanha, conhecido como Caveira, ocupa uma posição de destaque dentro da logística do Comando Vermelho. Ele mantém uma aliança direta com lideranças do Complexo da Penha, na Zona Norte, e é apontado como peça-chave na organização criminosa.

Além disso, o ex-PM é investigado por lavagem de dinheiro, utilizando uma empresa de vigilância patrimonial como fachada para movimentações financeiras ilícitas.

Violência no controle imobiliário

O ex-policial também é acusado de liderar uma rede violenta de controle de imóveis em diversas comunidades da Zona Oeste, como a Muzema, Tijuquinha, Morro do Banco e Sítio do Pai João.

De acordo com as investigações, ele utilizava armas pesadas para expulsar moradores e tomar posse de imóveis. A atuação de Ronny no tráfico de drogas é uma das principais questões que motivaram a operação policial.

Histórico de prisões e envolvimento com milícias

Ronny Pessanha já foi preso anteriormente por envolvimento com o crime organizado. Em março de 2024, ele foi detido com uma pistola ilegal dentro de um carro de luxo, avaliado em cerca de R$ 220 mil, na Muzema.

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No entanto, o ex-PM conseguiu responder ao crime em liberdade após pagar fiança. Em 2020, ele havia sido preso em uma operação contra uma milícia que atuava nas comunidades da Muzema e Rio das Pedras, também na Zona Oeste.

Aliança com milicianos e tráfico de drogas

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Ronny se aproveitava de sua amizade com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, preso desde 2023, para organizar eventos, como shows e festas, na Muzema.

Além disso, o ex-PM foi acusado de cobrar taxas de construtores na favela em 2021. A quebra de sua aliança com os líderes da milícia da Muzema e Rio das Pedras levou Ronny a se associar a traficantes do Comando Vermelho, ampliando ainda mais sua atuação no crime organizado.

Expulsão da PM e envolvimento em operações de segurança

Ronny Oliveira foi excluído do quadro da Polícia Militar em dezembro de 2020 devido a indisciplina, motivada por uma prisão em 2017 e por outras investigações. Antes de ser expulso, ele havia atuado tanto no Bope quanto no 41º BPM (Irajá), sempre com uma postura questionada pelas autoridades.

Operação Contenção: Ataque ao avanço territorial do Comando Vermelho

A prisão de Ronny faz parte da primeira fase da Operação Contenção, que visa combater o avanço do Comando Vermelho na Zona Oeste do Rio.

A operação tem como objetivo desarticular os principais responsáveis pela liderança do tráfico de drogas e pela movimentação de armas e dinheiro que sustentam a facção criminosa.

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A ação policial é uma tentativa de interromper o fluxo de recursos e de influência do grupo criminoso na região.

Ações da Polícia Civil e Militar na operação

A operação é realizada por uma força-tarefa composta por unidades da Polícia Civil, incluindo a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e unidades especializadas do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE).

A Polícia Militar, por sua vez, conta com a Subsecretaria de Inteligência da PM, o Bope e a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal. Juntas, as forças de segurança cumprem 22 mandados de busca e apreensão, além de dois mandados de prisão temporária.

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