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Evento na UFF inicia atividades do Mês da Consciência Negra em Niterói

Evento na UFF inicia atividades do Mês da Consciência Negra em Niterói

Cantora Áurea Martins estará na programação
– Foto: Divulgação/UFF

No dia 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra, mas, ao longo de todo o mês, diversas atividades serão realizadas para enfatizar a luta contra o racismo. Em Niterói, do dia 6 ao dia 12 deste mês, haverá a segunda edição do projeto “Atelerió!”, que acontece este ano sob a temática “Aquilombamento, cuidado e cura”.

O objetivo do projeto é exaltar a ancestralidade que pavimenta caminhos em direção à construção de uma sociedade efetivamente antirracista. O evento é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Prefeitura de Niterói. A programação inclui shows, rodas de conversas, peças de teatro, e outras atividades culturais.

O evento trará à reflexão acerca da tecnologia ancestral de ‘aquilombamento’ como caminho para o autocuidado. A iniciativa reafirma o compromisso da universidade na promoção de ações que fortaleçam a luta contra todas as formas de racismo.

Representatividade preta na Academia

Coordenado pelo Centro de Artes da UFF, esta edição do Atelerió! vai homenagear representantes pretas que se destacam na Academia. Na categoria “Destaque no Aquilombamento na Ciência”, está Helena Theodoro, primeira mulher negra a adquirir o título de doutora em filosofia e referência na pesquisa sobre cultura negra, com foco em religiões africanas. Helena também foi a primeira intelectual brasileira a desenvolver uma tese com base na filosofia africana, além de ser pioneira em tratar o samba como ciência e filosofia na academia.

Janaína Dias, uma das coordenadoras do evento, comentou sobre a proposta do Atelerió!.

“É momento de homenagear as mulheres pretas de ontem e hoje, as que vieram de longe, em caminhadas que atravessaram gerações, dores e nos inspiram a seguir resistindo para existir”, disse.

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De acordo com Joel Vieira, Superintendente Cultural da Fundação de Arte de Niterói, é importante ressaltar o viés democrático do evento,

“Essa edição destaca o papel social do poder público para o fortalecimento da democracia a todos os fazedores de cultura, disponibilizando espaços para a formação de público afro-socialmente referenciada, capaz não somente de repudiar o racismo, como de atuar, culturalmente, para sua superação”, acrescentou.

Homenagens

Outra homenageada (in memoriam) é Alexandra Anastácio, ex-Pró-Reitora de Graduação da UFF. De acordo com o reitor, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, o evento Atelerió não tem apenas um impacto cultural; ele representa um ato de resistência e afirmação de nossa identidade.

“Ao homenagearmos Alexandra Anastácio, reconhecemos uma líder que defende os direitos equitativos e personifica as muitas lutas e avanços conquistados tanto em nossa universidade quanto na sociedade. E ao celebrarmos a doutora Helena Theodoro, destacamos as contribuições inestimáveis de intelectuais negros à academia. O Atelerió é um espaço no qual o que frequentemente é invisibilizado torna-se visível, e destacamos o valor da ancestralidade negra na construção de um presente e de um futuro mais justos e inclusivos”, pontuou.

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Também é destaque na programação a conferência “Memória, Cuidado e Cura”, de Ynaê Lopes dos Santos, professora da UFF de História da América. O encontro pretende provocar reflexões sobre reparação histórica e a promoção do cuidado e da cura através da preservação ativa da memória negra. A professora irá abordar a memória como um instrumento de resistência e pilar fundamental para a luta por equidade e para a conquista de autonomia da população negra.

Outras apresentações que vão marcar presença no evento são dos grupos Awurê, Moça Prosa, Companhia de Mystérios e Novidades, da cantora Áurea Martins, além das peças de teatro: “Traga-me a cabeça de Lima Barreto” e “Macacos”.

 

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