O escárnio passível de interpretação racista, praticado por duas influenciadoras digitais, ganhou força nos últimos dias. Elas possuem mais de 13 milhões de seguidores. E gravaram um vídeo hediondo, entregando uma banana e um macaco de pelúcia, para crianças negras no Rio de Janeiro. As imagens viralizaram rapidamente nas redes sociais, gerando revolta e mobilizando as autoridades.
Nos vídeos, as dupla de “criadoras de conteúdo” Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves – mãe e filha – abordam crianças negras, desalentadas, na rua. E realizam, debochadamente, a proposta cruel: à primeira vítima oferecem R$ 10 ou um presente, que ao final é uma banana; e à segunda, uma menina, R$ 5 ou um presente, que ao final é um macaco de pelúcia.
A reação das crianças: perplexidade e tristeza, mostrando o quanto estão vulneraveis diante do comportamento insidioso, abominável e desrespeitoso das “influenciadoras digitais”.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) já instaurou um procedimento para investigar o caso. A repulsa que as cenas causaram em milhões de brasileiros desencadeou uma onda de protestos nas redes sociais. A Polícia Civil do Rio está analisando as filmagens e realizando diligências em busca de apurar os fatos. A mãe e a filha, ambas do Rio de Janeiro, podem acabar indiciadas por crime de racismo recreativo e intolerância.
Esse tipo de atitude é inadmissível em pleno século XXI, em um país que luta para superar as desigualdades e o preconceito racial. Devemos ter a garantia de aplicação da lei para que casos como esse não se repitam. A intolerância e o racismo não podem ter espaço em nossa sociedade e devem ser combatidos com firmeza e determinação.