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Estudo inédito revela quais empresas de streaming mais cancelam séries

Foto: PIxabay

Um levantamento  feito pela primeira vez apresentou resultados sobre quais plataformas de streaming acumulam o maior número de séries canceladas. Organizado pelo Cinemania.club, o estudo também destaca uma mudança no comportamento do público, que mostra a busca por alternativas para evitar a frustração de acompanhar séries sem desfecho.

De acordo com a análise, a Netflix lidera o ranking, com mais de 144 séries canceladas, um número mais que o dobro da segunda colocada, a Disney+, com 68 cancelamentos, seguida de perto pela Max, com 67.

O estudo também mostra o percentual de produções literalmente sem um final de acordo com o catálogo. Neste quesito, a MGM+ se destaca negativamente, com 33,33% de suas séries encerradas sem final. Na sequência, aparece a Apple TV+, com 30,39% de cancelamentos entre suas 102 séries.

MGM+ é o catálogo que mais cancela séries, de acordo com estudos. Foto: Divulgação/Cinemania.club.

Programador do aplicativo Cinemania.club, ferramenta difital especializada na busca de séries e filmes, Guto Mazagão explica que a chance de algum espectador se frustrar com as ferramentas campeãs de cancelamento é de mais de 30%. Além disso, acrescenta quais plataformas tem o maior percentual de uma produção apresentar ao espectador um enredo com o final elaborado.

Começar a assistir uma série nesses streamings significa quase 1/3 de chance de terminar frustrado. Já na Oldflix, Kocowa e Globoplay, há mais de 90% de chance de encontrar uma série concluída”, explica Guto Marzagão.

Desde 2020, produção de minisséries apresenta crescimento. Foto: Divulgação/Cinemania.club.

Mudança de comportamento do público

A pesquisa também aponta uma transformação na forma como os espectadores escolhem o que assistir.

Muitas pessoas estão optando por ver apenas minisséries ou aguardam uma série ser concluída antes de começar a assisti-la”, observa Marzagão.

Para os responsáveis pelo estudo, esse comportamento é reflexo de uma estratégia de negócio ruim por parte dos streamings, que acabam afastando o público fiel.

Daniel Veloso, designer da plataforma, reforça essa questão citando um clássico e famoso trecho de O Pequeno Príncipe:

Tu te tornas responsável por aquilo que cativas. A audiência cativada por uma série merece ser cuidada. Se o público passa a ter receio de se apegar a uma produção por não saber se ela terá um final, isso se torna um problema comercial para os próprios streamings”, afirmou.

Os dados analisados pelo Cinemania.club sugerem que as plataformas já estão percebendo essa mudança. A produção de minisséries cresceu significativamente nos últimos anos: em 2020, apenas 4,14% das séries lançadas eram minisséries. Já em 2024, esse número saltou para 16,64%.

Soluções para o problema

Para os autores do levantamento, as plataformas de streaming devem repensar suas estratégias, garantindo episódios finais para as séries canceladas, ainda que a audiência seja pequena. “Isso demonstra respeito pelo público e pode fortalecer a relação dos assinantes com o serviço”, afirmam.

Já para os espectadores, o Cinemania.club oferece uma solução prática. A plataforma permite filtrar séries pelo status de conclusão (canceladas, concluídas, em andamento ou minisséries). Isto ajuda os usuários a escolher o que assistir sem surpresas desagradáveis.

A pressão dos assinantes pode influenciar os streamings a repensarem suas decisões. Se a escolha por séries concluídas se tornar um hábito comum, as plataformas perceberão que oferecer um final adequado às produções é, na verdade, um diferencial competitivo”, concluem os responsáveis pelo estudo.

O levantamento foi baseado em dados do The Movie Database (TMDB) de 16/02/2025. O estudo considerou as 15 mil séries mais populares e os serviços de streaming com pelo menos 20 séries no catálogo.

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