O tricampeão Leandro Vieira – Foto: Nelson Malfacini/Divulgação
As escolas de samba do Leste Fluminense não estão para brincadeira no Carnaval Carioca. Na última semana, a União de Maricá anunciou a contratação do carnavalesco Leandro Vieira. Por sua vez, a Viradouro renovou com Tarcisio Zanon.
A Acadêmicos do Cubango teve seu desfile de 2024 assinado por uma comissão comandada por Gabriel Haddad e Leonardo Bora – que ainda não tiveram anunciada renovação para 2025. Juntos, os profissionais são donos de seis títulos do Grupo Especial. Cinco deles de forma consecutiva.
►Leia mais notícia sobre o Carnaval aqui
A reunião de nomes consagrados na Marquês de Sapucaí pode marcar uma nova era na competição, historicamente dominada por agremiações da capital e Baixada Fluminense.
Maricá, Viradouro e Cubango, além da Acadêmicos de Niterói, recebem polpudas subvenções das prefeituras de suas cidades de origem, além dos incentivos oferecidos por Estado e pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Dessa forma, com uma origem diversificada de receita, a cada ano conseguem atrair profissionais mais gabaritados.
►Leia mais notícia sobre o Carnaval aqui
Leandro Vieira é um dos profissionais mais badalados e cobiçados da atualidade. É dono de três títulos do Grupo Especial (2016 e 2019 pela Mangueira e 2023 pela Imperatriz) e outros dois da Série Ouro (2020 pela Imperatriz e 2022 pelo Império Serrano).
O artista irá assinar o desfile da escola maricaense em 2025, mas, paralelamente, seguirá comandando os trabalhos na Imperatriz. Contudo, caso Maricá consiga o acesso ao Grupo Especial, terá de escolher uma das duas.
►Leia mais notícia sobre o Carnaval aqui
Mesmo antes da chegada de Vieira, Maricá já vinha se destacando. Quarta colocada na estreia na Marquês de Sapucaí, com o enredo “O Esperançar do Poeta”, a escola contagiou quem assistia ao desfile da Série Ouro em sua estreia na Marquês de Sapucaí.
O enredo “O Esperançar do Poeta” é uma grande homenagem aos compositores que mudam vidas a partir de seus versos e melodias. A escola trouxe muita exuberância em suas alegorias e fantasias, se destacando das demais agremiações do grupo. A comissão de frente surpreendeu o público com uma peça cenográfica em forma de pandeiro que se movia onde os componentes sambavam em cima dela.
Viradouro: time que está ganhando não se mexe
O carnavalesco Tarcisio Zanon, campeão dos carnavais de 2020 (em parceria com Marcus Ferreira) e de 2024, seguirá na Viradouro em 2025. O profissional assinará o o quinto desfile consecutivo pela vermelho e branco de Niterói.
Mesmo com apenas quatro anos de escola, Zanon já cravou seu nome como um dos maiores carnavalescos da história da Viradouro. Nenhum desfile assinado por ele ficou fora do desfile das campeãs. Foi primeiro colocado em 2020, terceiro em 2022, vice-campeão em 2023 e novamente campeão em 2024.
Tarcisio Zanon tem dois títulos pela Viradouro – Foto: Reprodução/Instagram
Este ano, a Viradouro confirmou o favoritismo e se sagrou a grande campeã de 2024. Este é o terceiro campeonato conquistado pela agremiação, que já detinha os troféus de 1997 e 2020.
Este ano, a agremiação passou de forma arrebatadora pela Marquês de Sapucaí, com o enredo “Arroboboi, Dangbé”, desenvolvido por Tarcisio Zanon. A nível de comparação, ele possui mais títulos na “Era Sambódromo” – a partir de 1984 – do que Joãosinho Trinta, por exemplo. Este último venceu pela única vez na Passarela do Samba justamente em 1997, pela Viradouro.
Cubango: a luta continua
Rebaixada à Série Prata em 2022, a Cubango promoveu uma grande restruturação visando 2024. Para isso, contratou uma comissão de carnaval liderada por Gabriel Haddad e Leonardo Bora, pratas da casa e campeões do Grupo Especial pela Grande Rio, em 2022, onde seguem até hoje.
O desfile celebrou a força da cultura afro-brasileira, com foco na deusa Iyamí e na Bahia. Homenageou à matriarca, à ancestralidade e à religiosidade afro-brasileira. O desfile teve alegorias vibrantes e fantasias ricas em simbolismo. Enfim, uma apresentação de gala, sobretudo, arrebatadora, em quase todos os quesitos.
Os carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora – Foto: Divulgação
Há de se destacar o trabalho desenvolvido pela comissão de carnaval, com o desenvolvimento artístico e cenográfico de seu enredo. As alegorias e fantasias luxuosas e criativas fizeram o público delirar, tal qual os quesitos de chão.
Por fim, os herdeiros de mãe preta mostraram que tem força pra resistir. Pois Cubango mostrou que é firmamento. No entanto, uma punição em um ponto, por não atingir o número mínimo de componentes no desfile, fez a escola sair da briga pelas primeiras colocações, permanecendo na Série Prata para 2025.
