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Escolas de Samba do Leste Fluminense favoritas ao título da Série Ouro; Apuração acontece nesta quinta-feira (6)

Escolas de Samba do Leste Fluminense favoritas ao título da Série Ouro ► Apuração acontece nesta quinta-feira (6)

As escolas de samba União de Maricá, Porto da Pedra e Acadêmicos de Niterói, todas do Leste Fluminense, são favoritas ao título de grande campeã na Série Ouro; Apuração acontece nesta quinta-feira (6) | Divulgação/S1 FotoGrafia (Liga-RJ)/Marcelo Martins (Riotur)/Ronaldo Nina (Riotur)

No tabuleiro encantado do Carnaval, três escolas de samba do Leste Fluminense elevaram o nível da competição na Marquês de Sapucaí em busca da coroa da Série Ouro e são favoritas ao título. União de Maricá. Porto da Pedra e Acadêmicos de Niterói protagonizam uma disputa de gigantes, com direito a magia, história e o fervor das arquibancadas na Passarela do Samba. Assim sendo, levam ligeira vantagem sobre suas principais concorrentes, Estácio de Sá, União da Ilha e Tradição.

Estácio de Sá, União da Ilha e Tradição, adversárias das Escolas de Samba do Leste Fluminense favoritas ao título da Série Ouro

Estácio de Sá, União da Ilha e Tradição | S1 Fotografia (Liga-RJ à esquerda)/Ronaldo Nina (Riotur, ao centro e à direita)

A grande decisão acontece nesta quinta-feira (6/3), às 17h, no Grand Hyatt Rio de Janeiro, onde as notas dos nove quesitos revelarão a nova rainha da Série Ouro. A TV Bandeirantes transmite ao vivo, e o Folha do Leste acompanha tudo em tempo real. O Estandarte de Ouro já brilhou para a Porto da Pedra como melhor escola da divisão, e a Tradição arrebatou o prêmio de melhor samba-enredo.

União de Maricá conjura a força de Seu 7 e incendiando a Sapucaí

A União de Maricá pisou na Avenida trazendo o axé dos orixás e a malandragem da umbanda. Com “O Cavalo de Santíssimo e a Coroa do Seu 7”, a agremiação transformou a passarela em terreiro, palco e encruzilhada, conduzida pela fé e pelo ritmo hipnotizante da bateria.

União de Maricá está entre as favoritas ao título | S1 Fotografia/Liga-RJ, Divulgação

Sexta escola de samba a desfilar na sexta-feira de carnaval, a União de Maricá fez a melhor apresentação da noite e está entre as favoritas ao título | S1 Fotografia/Liga-RJ, Divulgação

As ondas vermelhas da Maricadência sacudiram a Sapucaí com um cortejo digno dos grandes rituais. A tronqueira se ergueu na primeira alegoria, e o manto de Seu 7 desceu sobre o público. O palco de Chacrinha renasceu no asfalto, trazendo de volta a irreverência do espírito que fez do samba sua morada.

A porta-bandeira Giovanna Justo riscou o chão com a leveza de quem carrega na saia os segredos do vento, enquanto Fabrício Pires, seu fiel parceiro, rodopiou como se dançasse entre os planos. O tempo foi seu aliado: 55 minutos exatos, sem um tropeço, sem uma falha. A União não passou, desfilou com a autoridade de quem já se vê no Olimpo do Grupo Especial.

Tigre da Porto da Pedra ruge com vitória da Amazônia sobre ganância de Henry Ford

Com um rugido ancestral, o Tigre de São Gonçalo saltou sobre a Sapucaí e reconquistou as matas. “A História Que a Borracha do Tempo Não Apagou” não foi apenas um desfile, mas um feitiço que reescreveu a derrota de Henry Ford diante da soberania indígena.

Porto da Pedra briga pelo título da Série Ouro

Porto da Pedra, premiada com o estandarte de ouro de melhor escola de samba da Série Ouro, apresentou enredo sobre Fordlândia | Marcelo Martins

O Pajé Munduruku abriu os caminhos na comissão de frente, empunhando o fogo sagrado contra o Pariwat invasor. No carro principal, ferros retorcidos e madeira ancestral contavam a saga de uma floresta que se recusou a se ajoelhar.

Pietra Brum, aos 16 anos, dançou com grande maturidade, enquanto Rodrigo França bailou com a coragem de um povo que nunca cedeu.

E a bateria? Ah, a Ritmo Feroz! Sob a batuta de Mestre Pablo, o Curupira dançava entre os surdos, jogando seu feitiço contra os exploradores. No fim, não restou dúvida: foi a floresta que venceu, e foi a Porto da Pedra quem rugiu mais alto na Sapucaí.

Acadêmicos de Niterói e a quadrilha encantada do São João

Se a fogueira acesa no asfalto tivesse coração, teria batido no ritmo da Acadêmicos de Niterói. Com “Vixe Maria”, a escola riscou no céu da Sapucaí um xote de pura magia. Em resumo, o ritmo da escola fez o sertão virar um mar de alegorias e fantasias e a sanfona chorar de emoção.

Acadêmicos de Niterói, outra escola do Leste Fluminense na briga pelo campeonato – Ronaldo Nina

A Comissão de Frente, “Nossa Vida é Andar por Este País”, trouxe retirantes e sonhadores, guiados num Pau de Arara dançante entre os tempos. O primeiro carro ergueu-se como altar para as fogueiras de junho, onde balões de saudade se misturaram com rezas e promessas.

O casal de porta-bandeira, Jack e Vinicius Pessanha, prometia um casório junino de gala, mas teve um tropeço na coreografia tal qual o esquecimento de uma aliança, passível de punição por julgadores do quesito. Mesmo assim, a evolução da escola se resumiu a um delírio coletivo. Cada ala trouxe um fragmento da tradição nordestina, pois suas fantasias exalavam forró, comidas típicas, tradições juninas, fé e devoção.

A Acadêmicos de Niterói mostrou que, entre sanfonas e tamborins, festa junina e carnaval nasceram da paixão. Afinal, o Brasil fertilizou os festejos estrangeiros ao seu modo, fazendo nascer em seu solo suas manifestações culturais.


As cartas estão na mesa, e o destino das escolas será selado na tarde de hoje. Seja na força dos orixás, no rugido da selva ou na batida do forró, uma coisa é certa: o Leste Fluminense já venceu, pois seu carnaval já entrou para a história.

 

 

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