
Escadaria da Câmara de Niterói terá ato contra a transfobia | Divulgação/Prefeitura de Niterói
Movimentos sociais, sindicatos e partidos que combatem a transfobia organizaram uma manifestação em frente à Câmara Municipal de Niterói, às 18h desta quarta-feira (8), exigindo justiça para a professora Ariela Nascimento, assessora e coordenadora política da vereadora Benny Briolly (Psol).
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Ela foi vítima de um brutal espancamento por transfobia, no último domingo (5). O fato aconteceu em Cabo Frio, na Região dos Lagos fluminense, no bairro Manoel Corrêa, num local conhecido como “Favela do Lixo”.
Indignada, a vereadora Benny Briolly está mobilizando sua militância para o ato. Ela chama atenção para o fato do Brasil se tratar do país que mais mata pessoas trans e, em contradição a isto, também o maior consumidor de pornografia trans. Por fim, indaga até quando haverá permissividade casos como o de Ariele.

Câmara Municipal de Niterói terá ato contra a transfobia mediante violência praticada contra assessora da vereadora Benny Briolly (foto) | Divulgação
“É urgente que saiamos às ruas, gritemos e exijamos justiça, não apenas para Ariela e Bruno, mas também para todos os corpos que sofrem diariamente e muitas vezes não têm a oportunidade de denunciar”, afirma Benny Briolly.
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Ariela estava acompanhada de seu namorado, um homem trans e teve um braço quebrado, bem como sofreu diversos hematomas devido às agressões covardes.
“Fomos alvos de agressões brutais simplesmente por sermos quem somos: Pessoas trans”, considerou.
Segundo relatos de Ariela, os atos transfóbicos começaram quando ela e seu namorado trocavam carinhos e afetos. Por isso, simplesmente, passaram a ouvir comentários violentos. Logo depois, um grupo de cinco homens promoveu a agressão coletiva e covarde.
Desde que sofreu as agressões, Ariela está sob forte temor, sobretudo de se tornar vítima de novas agressões.
“Eu temo que algo pior aconteça, mas estou tentando ser forte. Estou tentando mesmo!”.
Visão afetada e negligência
Ariela relata ter passado por um susto terrível ao acordar com a visão comprometida. Como resultado, precisou, com urgência, de atendimento oftalmológico imediato. Segundo ela relatou, a negligência dos funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Cabo Frio, onde buscou atendimento após as agressões, agravou seu quadro:
“Não foram feitos exames ou raio-x no meu rosto, uma das áreas mais atingidas pelos agressores”.