A hora é essa! O coração vermelho e branco bate cada vez mais forte. Na segunda-feira (12), a Unidos do Viradouro irá à Marquês de Sapucaí em busca do seu terceiro título do Carnaval Carioca. Dudu Falcão, que divide com Alex Fab o posto de diretor de carnaval da agremiação, falou, em entrevista exclusiva ao FOLHA DO LESTE sobre as expectativas para a apresentação deste ano.
Falcão está na função desde 2018. Desde então a escola conquistou um título da Série Ouro (então Série A), dois vice-campeonatos do Grupo Especial, um terceiro lugar e a conquista maior: o título de 2020, com o enredo “Viradouro de Alma Lavada”. O diretor comentou se tantos carnavais competindo em alto nível aumentam a pressão por um bom resultado e também deu detalhes sobre os preparativos para o desfile de 2024.
FOLHA DO LESTE – A Viradouro, desde que voltou ao Grupo Especial, jamais ficou fora do top-3. Isto aumenta a pressão por um bom resultado?
DUDU FALCÃO – A pressão sempre irá existir, com resultados bons ou não, e isso é do processo natural de quem busca o melhor, mas transformamos os bons resultados em algo positivo para nos sinalizar que estamos no caminho certo.
FL – Boa parte da equipe da escola, inclusive vocês, já estão há vários anos. A continuidade é a chave para manter a escola competitiva?
DF – Nunca avaliamos somente o resultado, mas sim também o processo de construção do resultado. Nem sempre a troca de quem não deu certo é a solução, algumas vezes a maneira de fazer que será, então entendendo que temos uma equipe que já sabe a metodologia da escola e sabe entregar o que precisa, não haveria motivos para mudanças contínuas, mesmo sabendo que algumas pontuais podem ocorrer para ajuste de rota. Logo então, ter uma equipe que já se conhece como é feito na escola só ajuda a chegar onde queremos.
FL – O quanto o ensaio técnico na Sapucaí foi importante para ajustar o que a escola apresentará no dia do desfile oficial?
DF – Treinar no campo de jogo oficial para um jogador é sempre bom, para nós do Carnaval não seria diferente. Ter a oportunidade de testar tudo que é possível na Sapucaí é ter o privilégio técnico de saber o que pode ou não funcionar, então é extremamente importante o ensaio técnico.
FL – O tempo em que vocês estão na escola coincide com a fase mais vitoriosa da agremiação. Quais as diferenças da Viradouro antes e depois da chegada de vocês?
DF – Não seria justo falarmos de uma Viradouro que não vivemos, mas podemos falar desses últimos anos com propriedade sem comparações. O trabalho que coloca a escola nesse lugar de tempo mais vitorioso não coincide somente com a nossa chegada, mas sim com uma comunhão de pensamentos parecidos entre direção de carnaval e presidência com todos aqueles que entenderam o projeto da escola, por mais que sejamos o fio condutor entre segmentos e gestão, temos total colaboração de um time inteiro do barracão à quadra, com isso bons resultados viram consequências.
FL – A Viradouro perdeu o título de 2023 por uma diferença mínima. Que lições a escola tirou disso para que, em 2024, não perca aquele precioso décimo?
DF – Lição só se toma quando o processo de execução foi mal realizado e isso não foi nosso caso. Acreditamos que fizemos um dos maiores carnavais da escola, mesmo que o resultado não tenha sido o título. Respeitamos o julgamento, mas em nossa avaliação nosso rumo necessitava de poucos ajustes para termos o resultado final que desejamos, e assim estamos fazendo. Agora é ir para avenida e saber se faremos jus a ter mais uma estrela em nosso peito.
Defendendo o enredo “Arroboboi, Dangbé”, a Viradouro será a sexta escola a desfilar, na madrugada de segunda-feira (12) para terça-feira (13). A agremiação fechará os desfiles do Carnaval carioca.