A Marquês de Sapucaí recebeu cerca de 80 mil neste sábado (16) para acompanhar a última rodada de ensaios técnicos das escolas de samba Salgueiro, Imperatriz Leopoldinense e Viradouro. O público viu três apresentações potentes, mas com forças distintas e propósitos diferentes.
Academia do Samba
Ficou evidente que o Salgueiro quis explorar a força de sua comunicação com o público – e o sucesso se consumou. Sobretudo, pelo recorde de audições de seu samba nas plataformas musicais.
Com o enredo Salgueiro De Corpo Fechado, a escola desfilou com a força do Exu Pimenta e a força do seu orixá Xangô, fazendo da Passarela do Samba seu terreiro. Destaque para a bateria dos mestres Guilherme e Gustavo, bem como para o puxador Igor Sorriso e ao casal Sidcley e Marcella Alves.
Rainha de Ramos
Segunda agremiação a pisar na avenida, a Imperatriz Leopoldinense fez rufar seus atabaques para ostentar o seu adê verde, branco e dourado. A Rainha de Ramos mostrou que, mais uma vez, estará na briga pelas primeiras colocações. No Itan de Oxalá, desfilou num cortejo branco, com forte harmonia e evolução soberana, que não encontrou cancela fechada para lhe deter.
A Imperatriz fez um ensaio vibrante, em ritmo de desfile, mas claramente preocupada com as performances de cronometragem das apresentações da comissão de frente e do casal de mestre-sala e porta-bandeira. Aliás, sobre o casal Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, se ainda estiverem guardando algo na cartola para o desfile, podemos esperar o máximo do que o conceito de espetacular permite.
Furacão de Niterói
A Unidos do Viradouro encerrou a noite de apresentações. Atual campeã do carnaval, a agremiação pisou na Sapucaí diante de uma grande expectativa do público e da imprensa. Havia, na atmosfera do público e da mídia, o desejo de que a agremiação entregasse, a nível de ensaio algo a mais, pois a a Viradouro estava sob a medida de uma régua maior do que a usada com outras escolas de samba.
Com um samba-enredo considerado daqueles de verdade, tal qual que se fazia antigamente, dentro do melhor conceito musical do ritmo, a apresentação dividiu opiniões. Enquanto algumas pessoas acreditavam estar diante de uma catarse – o que não se pode discordar, outras demonstravam cansaço com a passagem da Viradouro com o enredo “Malunguinho, o Mensageiro dos Três Mundos”.
Em certos momentos, tinha-se a impressão de que a Viradouro fazia da apresentação o que ela realmente representa para uma escola de samba: um teste. Até porque ela ainda terá pela frente outro ensaio na Sapucaí, no próximo domingo, às 23h50.
Dessa forma, o ensaio serviu para ajustar cronometragem, compasso da bateria, andamento, evolução e harmonia. Mas há uma questão que interfere, pelo menos, em dois quesitos, que desperta preocupação: o canto da comunidade.
Considerando que o desfile oficial acontece somente daqui a duas semanas, no domingo de carnaval, ainda há tempo para esse ajuste.
Porém, mesmo tendo tratado a apresentação como um teste e usado de estratégia para ajustes da apresentação oficial, o poder de organização da Viradouro é nota 10. Igualmente, o senso de profissionalismo de todos os setores que atuam na agremiação. Julinho e Rute fizeram apresentação impecável, assim como Wander Pires na condução do carro de som.
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