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Educação e proteção: O papel dos pais e do conselho tutelar

Educação Responsável e Proteção Infantil: Pais e Conselho Tutelar em Sintonia

Primeiramente, nunca se falou tanto sobre o conselho tutelar.

Na última semana, a comunidade participou ativamente na votação para eleger os novos conselheiros do conselho tutelar, demonstrando um crescente interesse na proteção e bem-estar das crianças.

Mas o que é o conselho tutelar?

O Conselho Tutelar é um órgão essencial na proteção dos direitos de crianças e adolescentes, atuando para garantir que esses direitos, conforme estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sejam respeitados e protegidos.

Suas funções abrangem o atendimento e intervenção em situações de risco, a mediação de conflitos familiares, a recomendação de medidas protetivas, a orientação e encaminhamento de famílias necessitadas, bem como a promoção de políticas públicas relacionadas à infância e adolescência.

Em resumo, o Conselho Tutelar desempenha um papel fundamental na defesa e no bem-estar das crianças e adolescentes em nossa sociedade.

Em virtude dessa preocupação com as crianças, a escolha da escola também ganha ainda mais relevância.

Neste contexto, a decisão dos pais sobre a escola onde seus filhos estudarão se torna uma das maneiras mais significativas de moldar o futuro das próximas gerações.

Como destaca Stella Azulay, jornalista e educadora parental, a escolha da escola vai além de critérios pedagógicos e financeiros, influenciando a visão de mundo e os valores das crianças.

Vamos explorar como essa escolha desempenha um papel crucial na formação intelectual e socioemocional das crianças.

Stella Azulay é jornalista, educadora parental e fundadora do Juntos Educação. Imagem: Arquivo pessoal

 

Quando o assunto é educação de crianças, os pais têm uma importante lição de casa a fazer. A escola é o lugar em que os filhos receberão a maior parte da formação intelectual e sócio emocional que vão usar na vida adulta, e a sua visão de mundo será influenciada pelo que eles viveram e aprenderam por lá.

A lição é justamente essa. Pela importância indiscutível na formação da criança, é preciso escolher muito bem a escola onde elas vão estudar.

Mas isso precisa ser feito a partir dos valores da família e do que ela quer que a escola transmita às crianças.

“Se não começarmos pelos valores familiares, a escolha da instituição pode acabar sendo feita apenas por critérios pedagógicos e financeiros. Não há dúvida de que ambos são muito importantes, mas eles não são os únicos critérios que os pais têm que avaliar na hora de matricular os filhos.

A primeira dica que recomendo aos pais é fazer uma autoanálise dos valores e regras que eles acreditam e querem que os filhos sigam”

“A pesquisa começa por esse norte e, com tantas opções que existem, é totalmente possível encontrar uma escola que tenha valores alinhados aos da família.

Falando do ponto de vista pedagógico, é preciso saber se a filosofia da escola está de acordo com as crenças familiares em várias questões, como as religiosas ou de visão de vida”

Um ponto crucial a observar é a comunicação família-escola, a linguagem que a escola utiliza com alunos e professores. Os pais têm que avaliar se essa comunicação tem afinidade com a que existe em casa.

Também é desejável conhecer as atividades extracurriculares e a possibilidade de os filhos receberem conhecimento além das disciplinas obrigatórias – como teatro, esportes e iniciação científica, para ficar em alguns exemplos.

A abordagem pedagógica é determinante para o futuro dos filhos e merece o olhar atento dos pais. Se uma escola é mais voltada para o ensino tradicional, isso vai se refletir na formação das crianças.

Elas podem acabar escolhendo, por exemplo, profissões mais tradicionais. Não tem nada de errado nisso, mas, se os pais quiserem uma mentalidade mais aberta para profissões do futuro, a escola tradicional não é a mais indicada.

Por outro lado, se os pais quiserem que os filhos passem nas melhores faculdades, terão que buscar instituições de ensino que priorizam essa formação.

Da mesma forma acontece com pais que querem desenvolver mais as habilidades socioemocionais dos filhos: existem escolas especializadas nesse tipo de abordagem.

“Seja qual for a escolha, ela tem que ser disciplinada pelo lado financeiro. Os pais precisam literalmente levar em conta a sua capacidade financeira e observar se o perfil socioeconômico dos alunos da escola de interesse é condizente com o da família.

Por mais que uma boa escola seja prioridade, ela não pode estar acima das condições de pagamento”

Outra dica importante é a participação na vida escolar dos filhos. Existem escolas que demandam mais participação dos pais e eles terão que se ajustar a essa necessidade.

É importante saber se as atividades com os filhos serão durante a semana, por exemplo. Se for esse o caso, os pais precisam ter condições de participar.

Depois do lar, a escola é o ambiente de convívio em que as crianças e adolescentes passam a maior parte do dia.

“É por esse motivo que a dinâmica familiar tem que girar em torno da escola, porque ela é crucial para o desenvolvimento da criança.

Nesse sentido, estudar perto de casa é uma vantagem considerável. O trânsito das cidades é uma realidade inevitável e estressante e, por conta disso, ter uma escola perto de casa possibilita à criança ir e voltar para casa sem depender dos pais.

Também é comum ter filhos com dificuldade de acordar cedo. Se a escola é longe de casa, eles terão que acordar mais cedo para pegar o transporte e vão chegar cansados para as aulas”

Na escolha da melhor educação, esses pontos merecem ser considerados pelo alto impacto que têm no aproveitamento escolar e no processo cognitivo da criança.

Em outras palavras, quanto melhor for a experiência de estudo que elas tiverem, maior será o seu desenvolvimento intelectual e socioemocional.

Encontrar a melhor escola para os filhos não é uma tarefa simples.

É um processo que exige muita pesquisa, visita às escolas para observar e entender modelos pedagógicos, além de avaliações financeiras e logísticas.

“Mas, se hoje existem escolas com diferentes abordagens de ensino, também tem aquela que os pais acreditam ser a mais adequada para formar os filhos para o futuro. Pode dar trabalho chegar até ela, mas vai valer a pena.”

Sobre Stella Azulay: 

Jornalista e educadora parental da empresa Juntos Educação Parental, com especialização em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental. Escritora e palestrante. Analista de perfil formada pela Success Tools; extensão em Neurociência Comportamental pela Faculdade Belas Artes; coach de vida e carreira pela Sociedade Brasileira de Coaching; educadora parental pela Positive Discipline Association. Adotou o tema Educação como missão. É mentora e conselheira de pais e adolescentes. Em 2021 fundou e dirige a JUNTOS Educação Parental. É mãe de quatro filhos. Lançou seu primeiro livro em Junho de 2022: ‘Como educar se não sei me comunicar’ e também seu primeiro livro caixinha ‘Conte sua história para seu filho’. Jornalista pela Fundação Cásper Líbero, trabalhou como repórter em emissoras como SBT e TV Record e foi correspondente em Jerusalém/Israel pelo SBT, onde morou por quatro anos.

Imagens: Canva

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