
Ednaldo Rodrigues se despede do comando da CBF após embates judiciais | Staff Images/CBF
Ednaldo desiste da presidência da CBF. Após meses de queda de braço judicial, o ex-dirigente jogou a toalha. A petição enviada ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira sacramenta o adeus de quem preferiu encerrar o ciclo turbulento em silêncio.
Segundo sua defesa, os impactos familiares pesaram mais que o desejo de retorno. O documento destaca que Ednaldo decidiu “deixar para trás este último ato do litígio” e “rejeitar narrativas que ferem sua honra e de sua família”.
Afastado por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ele chegou a reassumir o cargo em janeiro de 2024. Uma liminar do STF alegava risco de sanção internacional à CBF por possíveis interferências externas. Agora, não há mais retorno.
Ednaldo não participará da eleição marcada para o próximo dia 25. Também não apoiará nenhum dos postulantes. A entidade, nesse cenário, caminha para a aclamação de Samir Xaud, único inscrito no pleito.
O ex-presidente encerra seu ciclo com um gesto descrito como “sereno e consciente” pela própria defesa. Declara, ainda, não ter intenção de manter vínculo político com a nova gestão.
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O período à frente da CBF foi tudo, menos calmo. A promessa de combater o racismo no futebol apareceu desde o início. No entanto, polêmicas nos bastidores e crises sucessivas na Seleção marcaram seu legado.
A turbulência jurídica começou em dezembro de 2023. O TJ-RJ apontou irregularidades na eleição de 2022 e determinou seu afastamento. Ednaldo voltou pouco depois, sustentado por decisão do STF.
Sua última cartada no cargo foi estratégica: a confirmação de Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira. A manobra, vista como derradeira, não foi suficiente para apagar as incertezas institucionais.
Na nova página da CBF, um protagonista sai de cena sem holofotes. Ednaldo prefere o anonimato ao confronto. E o futebol brasileiro, mais uma vez, gira entre os bastidores e os tribunais.