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É orgulho que se diz?

É orgulho que se diz?

Foto: Marina Garcia – Fluminense FC

Verdes, grenás, brancas, tricolores… Até uma novidade, em rosa, para homenagear o mangueirense Cartola. Por onde quer que se olhe nas ruas do Rio de Janeiro você verá alguém com uma camisa do Fluminense. Não precisa ser do último modelo, pelo contrário. O que vale é o sentimento. Expressar aquela paixão “que vem de dentro”, como diz a canção Anunciação, de Alceu Valença, que faz sucesso nas arquibancadas em jogos do bicampeão carioca.

Canções, aliás, que mexem tanto com a cabeça dos tricolores quanto a exibição orgulhosa da camisa do clube tantas vezes campeão. No Beira-Rio, por exemplo, o Internacional ainda ganhava o jogo que poderia levá-lo à final quando os autofalantes começaram a tocar Tá Escrito, do Grupo Revelação. O tiro foi dado no pé: os quatro mil tricolores incorporaram a mensagem e não pararam de cantar até o apito final – com o Fluminense classificado.

Um dos autores, Gilson Bernini, mangueirense e tricolor, contou que a inspiração surgiu quando perdeu seu filho. “Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé, manda essa tristeza embora… Basta acreditar que um novo dia vai raiar, sua hora vai chegar…”, diz a estrofe que talvez mais se aproxime do que pensa, sofre e vive o torcedor do Fluminense desde a final da Libertadores de 2008, contra a LDU, também no Maracanã – mas perdida pelo time carioca.

“Saí do Maracanã naquela noite e guardei a camisa que usava. Nunca mais vesti, porque prometi que iria usá-la quando chegássemos outra vez à decisão”, comenta Eduardo Rodrigues, assistente de vendas, usando uma camisa com a publicidade da Unimed, que deixou de patrocinar o Fluminense há mais de dez anos. “Não poderia imaginar que fosse demorar tanto, mas acho que chegou a nossa hora”, festeja, ao lado do filho, também uniformizado.

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Nesta semana, Romário, que jogou por menos de três anos no Fluminense, garantiu que vai torcer pelo tricolor. Afirmou que o clube das Laranjeiras tem a torcida mais bonita e charmosa que conhece. E neste passeio pelas ruas do Rio na semana da decisão, é de impressionar a quantidade de mulheres vestindo as três cores que traduzem tradição. Usar um uniforme do Fluminense virou fashion.

“Sabe aquela história do lugar de mulher é onde ela quiser? Então… Sábado vou estar no Maracanã para curar aquela ferida de 2008. Meu marido me deu de presente o ingresso e eu vou”, festeja Vera Lúcia, enfermeira, que conheceu o companheiro no Maracanã (ele não é tricolor). “Ele sabe que só o Fluminense supera o amor que tenho por ele. Tudo o que chorei de tristeza há 15 anos agora quero que seja de alegria”, afirma, otimista.

No fim de semana, um grupo de tricolores reuniu-se na praia de Icaraí. Eram homens, mulheres, crianças… Todos unidos por um mesmo sentimento: a paixão pelo Fluminense. Paixão que extrapola a arquibancada e chega ao gramado. Nesta final contra o Boca Juniors, da Argentina, vários jogadores já postaram verdadeiras declarações de amor ao clube onde trabalham, aumentando ainda mais o sentimento de orgulho dos torcedores.

E, como dizem outros hits da galera, “vamos tricolores, chegou a hora vamos ganhar a Libertadores” porque “o Fluminense vai jogar e eu vou ficar louco da cabeça…” Será? Na noite de sábado teremos a resposta. Até lá, é encontrar tricolores e tricolores pelas ruas da cidade exibindo, orgulhosamente, as camisas que permitem mostrar ao mundo a sua paixão, sejam elas brancas, grenás, verdes, rosas, tricolores…

 

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