Não, não foi a goleada de 4 a 1. Tal qual não se tratou de perder para a Argentina em um estádio lotado, fora de casa. Tampouco somente o domínio e submissão por toda a partida, não lembrando nem de longe um time de futebol. Em resumo, tratou-se de tudo e muito, mas muito mais.
Quando Fernando Diniz assumiu, interinamente, o cargo de treinador da seleção brasileira, talvez esquentando o lugar para o italiano Carlo Ancellotti, houve um jogador, hoje no atual campeão carioca, que fez questão de dizer que bastava fazer o simples, sem inventar – e que o atual treinador havia feito isso.
Simples assim.
Criticaram Fernando Diniz (que efetivamente não fez um bom trabalho), jogaram-no às feras (talvez nem tão ferozes quanto alguns dos seus comandados). Encontraram nele, Diniz, o responsável pelos maus resultados.
E agora?
Chamaram o atual treinador porque fazia um trabalho razoável no São Paulo. Assim como porque à época vinham de São Paulo os mais clamorosos pedidos de mudança na seleção e na CBF. Logo, a política o colocou no lugar, não a competência.
Foi das piores derrotas que o Brasil sofreu para a Argentina.
Foi das piores atuações que o Brasil teve nos últimos tempos.
Se bem que, vamos falar a verdade, não dá vontade de chamar aquele bando que entrou em campo de camisa amarela de Brasil. Seria jogar no ralo um passado de glórias e conquistas.
Temos tempo até a próxima data Fifa. Temos mais tempo ainda até a Copa do Mundo.
Perdemos quatro anos, entre 2018 e 2022, mantendo Tite.
Perdemos mais dois, quase três, após a saída de Tite.
Há tempo, porém, para que acertemos o passo pensando em 2026 – sim, porque precisa de pedido e pistolão para não conseguir vaga na Copa do Mundo.
Com o presidente da CBF já reeleito, e por unanimidade, é hora de pensar no campo.
Escrevi este texto momentos após a vergonhosa derrota diante da Argentina e, até agora, a CBF não mudou o treinador da seleção brasileira.