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Documentos históricos da ditadura são encontrados no antigo IML do Rio

Documentos históricos da ditadura são encontrados no antigo IML do Rio | Marcelo Del Negri/MPF-RJ

O Ministério Público Federal (MPF) encontrou documentos históricos da ditadura militar durante inspeção no antigo Instituto Médico Legal (IML) da Lapa, no Rio de Janeiro. A ação, realizada no último dia 27, teve como objetivo avaliar a conservação dos materiais.

Inspeção revela documentos de diferentes épocas

Durante a análise, foram localizados registros datados entre as décadas de 1930 e 1960, além de arquivos do período da ditadura. Esses documentos podem conter informações valiosas sobre desaparecidos políticos e violações de direitos humanos cometidas durante o regime militar, que durou de 1964 a 1985.

O prédio onde o IML funcionou por mais de 60 anos está desativado desde 2009. No local, a equipe encontrou a estrutura em estado de degradação, sem condições adequadas para manter os documentos preservados.

Importância da preservação

Para o procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto, Julio Araujo, a conservação do acervo é essencial para a reconstrução da memória histórica.

“Foi constatada a presença de documentos de interesse histórico. Agora, será fundamental discutir a coleta e destinação desse material ao Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro”, afirmou.

Mobilização de entidades

Representantes do Grupo Tortura Nunca Mais destacaram a importância da iniciativa. Segundo Rafael Maui, a ação representa uma abertura de arquivos da repressão e contribui para a elucidação de fatos históricos.

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Felipe Nin, do Coletivo Memória, Verdade, Justiça e Reparação, ressaltou que documentos similares já ajudaram a localizar desaparecidos políticos enterrados como indigentes.

“Outras identificações podem ser feitas com base nos registros encontrados”, explicou.

Próximos passos

Após a visita, uma reunião entre o MPF e a Polícia Civil foi realizada para discutir os próximos passos. Um cronograma de visitas será estabelecido para avaliar o volume de registros e definir estratégias de organização e preservação.

A inspeção contou com a participação de representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (Aperj), Secretaria Estadual de Polícia Civil (Sepol), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Grupo Tortura Nunca Mais e Coletivo Memória, Verdade, Justiça e Reparação.

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