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DH de Niterói dá diferentes tratamentos para desaparecimentos não solucionados

Brunner, desaparecido há quatro anos. Foto: Acervo Familiar

Duas pessoas desaparecidas, muito tempo de angústia, tratamentos diferentes. Assim podem ser definidos os desaparecimentos de Viviane Machado Modesto da Silva e de Brunner Moraes. Ambos registrados na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG).
Moradora de São Gonçalo, Viviane desapareceu em 2008, junto com o filho, ainda bebê, após viajar com o ex-companheiro para Cabo Frio, na Região dos Lagos. O rapaz, hoje adolescente, acabou encontrado recentemente, pela avó materna, Maria Salvadora, sem a ajuda de policiais, há poucos meses.
A família de Viviane acusa o ex-companheiro de responsabilidade no desaparecimento. Entretanto, as investigações jamais avançaram, ficando num jogo de empurra entre a DHNSG e a 127ª DP (Búzios).
A 2ª Promotoria de Justiça de Armação dos Búzios, do Ministério Público Estadual (MPRJ), informou que está acompanhando o caso. Após muita insistência, a DHNSG decidiu reabrir o caso e coletou novo depoimento de Maria Salvadora.
De acordo com a Promotoria de Justiça, o inquérito policial remetido para Armação dos Búzios tem como objeto notícia do desaparecimento de Viviane. A finalidade: elucidar se a vítima foi sequestrada e mantida em cárcere ou se foi vítima de crime contra a vida.
Além disso, o MPRJ disse que o inquérito foi remetido para Armação dos Búzios em razão de uma informação de que a vítima teria sido vista nessa cidade, porém, tal informação não foi confirmada até o momento.

Caso semelhante, tratamento diferente

Contudo, o mesmo esforço em reabrir as investigações não ocorreu em relação à investigação do desaparecimento de Brunner, noticiado, na última semana, pela FOLHA DO LESTE. Mesmo após o apelo da mãe do jovem transexual, não houve avanços significativos.
Noemia Rodrigues de Moraes reclama que, desde 2019, quando comunicou à Polícia o desaparecimento do rapaz, nascido Bárbara Vitória Rodrigues de Moraes, não obteve respostas das forças de segurança.
A polícia não fez nada. Cheguei a ir duas vezes a São Paulo, na cracolândia, mas não o encontrei. Disseram que ele estava preso no [Presídio Talavera] Bruce, no Rio de Janeiro. Fui lá com advogado, mas não achei”, declarou a mãe.
A reportagem da FOLHA DO LESTE questionou ao MPRJ quais medidas o órgão poderia adotar no sentido de verificar a eficiência do trabalho investigativo da Polícia Civil. Não houve resposta.
Indagamos a Polícia Civil: por que o caso do desaparecimento de Brunner também não teve novos depoimentos colhidos? A corporação, numa resposta “padrão”, limitou-se a dizer que “as investigações estão em andamento no Setor de Descoberta de Paradeiros da DHNSG. Os agentes realizam diligências para localizar a desaparecida e esclarecer os fatos.”
A Polícia Civil também não informou qual foi o percentual de casos de desaparecimentos solucionados, no ano passado.

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