Rio de Janeiro - Capital

Delegada afirma que sequestro na Novo Rio foi ‘caso atípico’

Delegada afirma que sequestro na Novo Rio foi 'caso atípico'

Foto: Reprodução

Um caso atípico. Assim a delegada Raquel Gallinati definiu o sequestro a um ônibus ocorrido, na última terça-feira (12), na Rodoviária Novo Rio. Um criminoso, identificado como Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, manteve 17 pessoas reféns por cerca de três horas.

“Leia mais notícias sobre Rio de Janeiro aqui”

Gallinati, é diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil. Mestre em Filosofia. Pós-graduada em Ciências Penais, Direito de Polícia Judiciária e Processo Penal.

Delegada afirma que sequestro na Novo Rio foi 'caso atípico'

Foto: Divulgação

Ela salientou que o criminoso em fuga, a todo momento, olha para sua sombra e vê um policial ou a própria justiça, indo buscá-lo. O que pode ter sido crucial para ele iniciar o sequestro.

“Acreditando que seria morto por traficantes ou preso pela polícia e entregue aos traficantes, no momento de desespero, ele sacou a arma e atirou contra uma pessoa que tentou fugir do ônibus, o que também demonstra um perfil criminoso sádico, violento e cruel”, pontuou.

A delegada também comentou sobre a postura do bandido que feriu uma pessoa, durante o sequestro. O sequestrador atingiu Bruno Lima da Costa Soares com três tiros e está internado no Instituto Nacional de Cardiologia, em estado grave.

“Estão tão acostumados a tirar a vida de outras pessoas, tão acostumados a viver na criminalidade, que realizar o disparo nas costas de uma pessoa enquanto fugia foi algo tão natural para ele que não pensou duas vezes”, lamentou.

Protocolos seguidos

A delegada sublinhou que a chegada da polícia seguiu o que os protocolos de segurança determinam: os agentes criaram uma área de segurança, estabeleceram uma comunicação com o criminoso e, após muito tempo de negociação, o bandido se entregou sem que mais ninguém fosse ferido.

“Nada impediria também que a polícia fizesse uso do tiro de comprometimento, mas que nos parece não ter sido necessário nessa situação”, pontuou.

Melhorias na segurança

Gallinati defendeu que haja um controle maior nas vendas dos bilhetes de ônibus, exigindo a identificação de algum documento na hora da compra do bilhete. Ainda que tenha chamado atenção de diversas pessoas a quantidade de dinheiro que ele portava, não foi suficiente para alertar as autoridades presentes na rodoviária.

“Talvez, se identificando, fosse possível até verificar alguma ordem de prisão em aberto ou algo do tipo. Ou se pessoas mais bem treinadas tivessem percebido a quantidade de dinheiro, o nervosismo do criminoso, talvez alertariam as autoridades e uma abordagem poderia ter localizado a arma”, continuou.

Em relação à segurança no interior da rodoviária, a delegada destacou que o Brasil não tem o costume de tratar segurança pública com altos investimentos. Não coloca a segurança pública como prioridade.

“No Brasil, todo mundo acredita que é um país pacífico, país do carnaval, e que a violência é meramente patrimonial, que não existe um risco mais grave iminente, como em outros países, onde entradas de shopping, bancos, rodoviárias, aeroportos, todos os lugares têm detectores de metal”, completou.

 

Itaipu-Itaipuaçu: Caminhão causa grave acidente na RJ-102, a estrada da SerrinhaItaipu-Itaipuaçu: Caminhão causa grave acidente na RJ-102, a estrada da Serrinha

Você também pode gostar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *