
Foto: Tomas Cuesta – AFP
Na noite do último domingo (01), ocorreu o primeiro debate entre os candidatos à presidência da Argentina. O evento, que marcou o início da campanha eleitoral para o primeiro turno, programado para o dia 22 de outubro, trouxe discussões acaloradas sobre as principais questões do país, como inflação, fuga de divisas, dolarização da economia e o papel do Banco Central.
Sergio Massa, ministro da Economia e candidato pela coalizão União pela Pátria, foi o foco das críticas dos outros aspirantes devido à grave crise enfrentada pelo país. Com uma inflação anual de mais de 120% e um índice de pobreza que afeta mais de 40% da população, Massa enfrentou questionamentos sobre a sua capacidade de lidar com a situação. Em sua defesa, o candidato prometeu promover uma lei que permita o retorno dos recursos depositados no exterior sem o pagamento de impostos e um plano de desenvolvimento das exportações.
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Por outro lado, Javier Milei, candidato libertário de extrema-direita, surpreendeu ao liderar as pesquisas de opinião após as primárias presidenciais de agosto, nas quais obteve 30% dos votos. Milei propõe reformas estruturais, como a desregulamentação da economia, privatizações e até mesmo o fechamento do Banco Central. Ele argumenta que, se tiver oportunidade, em 15 anos a Argentina poderá alcançar o nível de vida de países como a Itália e a França, em 20 anos o da Alemanha e, em 30 anos, o dos Estados Unidos.
Além das questões econômicas, o debate abordou assuntos como educação e direitos humanos, nos quais Milei se destaca por suas visões polêmicas. Questionando o número de desaparecidos durante a ditadura militar, o candidato argumentou que as organizações de defesa dos direitos humanos exageram o número de vítimas. Para ele, o período foi marcado por uma “guerra” entre o Estado e as guerrilhas, que resultou em cerca de 8.753 desaparecidos.
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As declarações de Milei foram duramente criticadas pelos outros candidatos, incluindo o atual presidente Alberto Fernández. Em uma rede social, Fernández afirmou que é inaceitável negar os crimes cometidos pela ditadura, que envolveram tortura, assassinatos, sequestro de bebês e o exílio de dezenas de milhares de argentinos.
Os candidatos participarão de outro debate no dia 8 de outubro, duas semanas antes do primeiro turno das eleições. A expectativa é que novas propostas sejam apresentadas e que os embates entre os concorrentes se intensifiquem.