
Cuiabano se destaca na por versatilidade e chama atenção de clube europeu | Vitor Silva/Botafogo
No embalo da boa fase, Cuiabano desperta o interesse de clubes europeus. O lateral, que virou ponta, atua como meia e tem se mostrado protagonista com Renato Paiva, atrai olhares pesados da Premier League. Entretanto, diante das ofertas recebidas até agora, o Botafogo já deu dois recados claros: as propostas precisam ser maiores.
Porém, apesar de se tratar de um importante ativo financeiro para a SAF, Cuiabano tem se mostrado raridade para o próprio Botafogo. Salvo uma proposta irrecusável — e muito acima de 8 milhões de Euros, conforme especulações recentes — não vale a pena negociar o atleta. Há um motivo simples para isso: não há jogadores disponíveis no mercado jogando a mesma bola que ele.
O clube vive um momento que reflete isso. A própria improvisação do jogador, que tanto chama atenção pela sua versatilidade, ocorre por conta da saída de Almada bem como pela venda de Luiz Henrique. Logo, vender Cuiabano significa ter que ir ao mercado para achar alguém para o seu lugar. Então, se alguém pagou 61 milhões de Euros por Estêvão, por que não considerar algo em torno de, pelo menos, 18 milhões na mesma moeda? Não achamos exagero cogitar 30.

Cuiabano vence duelo contra Estêvão, na partida que eliminou o Palmeiras da Libertadores de 2024 | Vítor Silva/Botafogo
O inexpressivo Brighton, que muito pouco ou quase nada acrescentará à vida do jogador, voltou à carga. Mas, mesmo com 5 milhões de euros fixos e mais 2 milhões em bônus – cerca de R$ 44,3 milhões –, ouviu o “não” da diretoria alvinegra. Antes, o clube britânico havia testado a paciência com oferta de 3 milhões, muito bem recusada.
Contudo, o nanico inglês não está sozinho. Segundo o site inglês On The Minute, o Nottingham Forest cuja história já merece respeito pelos títulos conquistados no final da década de 1970, entrou no radar. Avalia formalizar uma proposta nesta próxima janela. Só que, para ter alguma chance, vai precisar abrir a carteira, dizem fontes ligadas ao clube.
Torcedor alvinegro está nem aí para dinheiro

Torcedor alvinegro não quer mais carregar a fama de sofredor e agora faz questão de ter elenco e jogadores à altura da história e tradição do clube, pois novas gerações querem títulos | Vítor Silva/Botafogo
Em janeiro, o Fenerbahçe tentou algo parecido, mas também não deu certo. Todavia, qualquer oferta interessaria muito mais a John Textor do que aos torcedores do Botafogo. Mas há algumas negociações, sobretudo contratações, muito questionáveis, que trazem de volta ao Botafogo aquele aroma de banheiro de rodoviária em véspera de feriadão. Em outras palavras, o Botafogo já era para ter virado essa página escrita em papel higiênico da sua história.
Portanto, nenhum dirigente sério pode estimular uma negociação sem oferecer aos torcedores um outro grande ativo em troca. Caso contrário, melhor rezar para São Maurício Assumpção (que Deus o tenha).
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O contrato de Cuiabano com o Glorioso vai até junho de 2027. Com tempo de sobra, o clube joga com o relógio a seu favor, assim como com o desempenho do atleta como vitrine.

Cuiabano se destaca em mais uma boa atuação pelo Botafogo contra o Flamengo | Vítor Silva/Botafogo
O camisa 16 ganhou nova função nos últimos jogos com Renato Paiva. Virou ponta-esquerda e deslanchou, ao passo que corre, cria, passa, cruza e finaliza. Além disso, se tornou um dos motores da recuperação da equipe na temporada. Entretanto, nos tempos de Grêmio, ele já tinha toda essa versatilidade com Renato Gaúcho.
Com apenas 22 anos, ele soma talento com flexibilidade e ainda possui grande potencial para evoluir. No mercado da bola, principalmente quando se trata de jogador brasileiro, isso vale ouro.
Quando chegou ao Botafogo, era a terceira opção, reserva de Hugo e Marçal. Paciente, treinou, trabalhou, soube esperar. Quando teve oportunidade, agarrou para não mais largar. Isso aconteceu na sua posição natural, a lateral-esquerda, onde ele gosta de jogar.

Cuiabano se destaca em treinamento pelo Glorioso | Vitor Silva/Botafogo
Mesmo quando perdeu a posição, com a chegada de Alex Telles, continuou trabalhando. Joga feliz, sempre com um sorriso no rosto, coisa rara de se ver. Tem disposição, raça, DNA de jogador do Botafogo. Cogitar vender beira o absurdo e tira ele do radar do Ancelotti.